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RJ: autoridades participam de seminário inédito sobre combate à homofobia

Começou nessa terça-feira, dia 10 de abril, o I Seminário Nacional de Segurança Pública e Combate à Homofobia, no Rio de Janeiro. O evento tem caráter histórico por ser a primeira vez que polícia, movimento GLBT e pesquisadores acadêmicos se reúnem para tratar especificamente da violência sofrida por gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Na mesa de abertura, 14 autoridades se revezaram para cumprimentar os participantes e destacar a relevância do encontro. Entre elas, representantes do governo federal, parlamentares, polícia civil e militar e organizações não-governamentais. O primeiro a falar foi Cláudio Nascimento, do Grupo Arco-Íris, organizador do evento. Ele disse que essa era a oportunidade de “construir um novo futuro sem preconceitos”. “O objetivo é trocarmos experiências para as diretrizes de um plano nacional de segurança pública e combate à discriminação”. Yone Lindgren, coordenadora do Disque Defesa Homossexual do Rio de Janeiro, agradeceu ao Grupo Arco-Íris e declarou que policiais, políticos e militantes estavam presentes não como autoridades, mas como colaboradores no combate à homofobia. Na mesma linha, Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, contou o caso de um delegado que, ao ser questionado sobre o combate à violência contra travestis, respondeu que se tratava de “pessoas de difícil identificação científica e hábitos noturnos”. “Oras, são quatro da tarde, eu estou aqui e ainda não derreti”, ironizou Keila. “Só nos reunindo é que mudamos a sociedade como está”. 2 Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros, ressaltou o caráter histórico do encontro. “Não queremos privilégio nenhum e sim ser tratados como cidadãos, da mesma maneira que respeitamos os evangélicos e os ateus sob o Estado laico”. Um dos pontos altos da abertura foi a fala de Ubiratan Ângelo, comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que apresentou o outro lado da discussão, ao falar sobre a polícia e os homossexuais. Segundo ele, a Polícia Militar é um reflexo da sociedade. “Tudo o que tem na sociedade fluminense aparece na corporação”. “Não somos transportados de outro planeta para entrar na farda”. Por isso, de acordo com Ubiratan, foi preciso quebrar paradigmas dentro da própria polícia para diminuir o preconceito entre os policiais. “Temos negros e homossexuais na polícia, dois grupos que sofrem preconceito. Esquecem que eu sou negro porque sou comandante, mas não era assim quando eu era tenente. Nesse encontro, é preciso que tudo seja posto às claras e lembrar que cada um tem o direito de beijar a boca de quem ama”. Benedita da Silva, secretária de Ação Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, fez coro a Ubiratan, dizendo que “preconceito é preconceito”. “Eu posso chegar a ser Presidente da República que não vai mudar”. O Seminário vai até a próxima sexta-feira. Acompanhe no A Capa a cobertura completa. *Ferdinando Martins viajou a convite do Grupo Arco-Íris. Ele é jornalista e colaborador do site A Capa

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