Nesta semana, um grupo de 14 jovens de classe média foi levado à 9ª DP, na região do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Os rapazes, 13 maiores de idade e um menor, são acusados de agredir homossexuais que circulam pelas redondezas.
Duas vítimas identificaram o grupo, que foi indiciado por formação de quadrilha. No entanto, logo após prestarem depoimento, os jovens pagaram fiança e foram liberados pela polícia.
De acordo com Polícia Militar, o grupo é conhecido como "justiceiros do Aterro" e tem como objetivo fazer "justiça com as próprias mãos".
O ativista LGBT Eliseu Neto publicou no Facebook o relato sobre um dos ataques, presenciado por um amigo.
"Estava correndo na área do Aterro entre o Teatro de Bonecos Carlos Werneck e o restaurante Porcão, na altura da Avenida Osvaldo Cruz, quando, de repente, ouvi muitos gritos de 'pega, pega', mas não pude ver o que era exatamente, porque as árvores cobriam a visão. Não deu nem dois minutos e vimos uma gangue de uns 25, 30 adolescentes, com idade aparente entre 16 e 21 anos no máximo, armados com pedaços de pau vindo em nossa direção", escreveu.
"Vai embora daqui, viado! Vai f***r na sua casa. Vamos limpar o Aterro", gritavam os agressores, segundo o relato publicado por Eliseu.
Pouco iluminado e com bastante árvores, o Aterro do Flamengo é conhecido como um ponto de encontro de muitos homossexuais. A polícia alertou a necessidade de que as vítimas denunciem possíveis ataques. Qualquer informação pode ser feita pelo Disque Denúncia do Rio: 2253-1117.