No dia 30 de abril de 2024, o Rock in Rio, um dos maiores festivais de música do mundo, anunciou a inclusão de um novo segmento dedicado exclusivamente à música brasileira. A iniciativa, que promete celebrar os diversos ritmos e expressões culturais do país, foi recebida com entusiasmo, mas também com críticas significativas. A principal reclamação vem da ausência de artistas do Norte do Brasil, uma região rica em cultura e talentos ainda pouco explorados em grandes palcos nacionais.
A cantora Gaby Amarantos, voz ativa na luta pela representatividade nortista, expressou sua insatisfação nas redes sociais. Ela reiterou a mensagem de que, apesar do desejo de celebrar a música brasileira, o festival falhou em representar todas as regiões do país. “Querem ouvir nossa música mas não querem nos levar para cantar lá?”, questionou a artista em um tweet que reflete a frustração de muitos outros músicos e fãs. A postagem veio acompanhada de um desabafo da icônica cantora Fafá de Belém, que destacou a contradição de um evento que se propõe a honrar a música brasileira, mas ignora uma parte significativa dela.
Durante uma coletiva de imprensa, Zé Ricardo, vice-presidente artístico do Rock in Rio, explicou que o festival está comemorando 40 anos com o tema “Rock in Rio para sempre”, uma homenagem a diversos estilos musicais que marcaram a história do evento e a introdução de novos gêneros. Apesar disso, as declarações não abordaram diretamente a falta de inclusão dos artistas nortistas, deixando um vácuo nas explicações sobre a seleção dos participantes.
O Rock in Rio é conhecido por sua capacidade de atrair grandes nomes da música global e nacional. Nesta edição, o palco Sunset promete apresentações de estrelas como Ludmilla, Zeca Pagodinho, Alcione, Jorge Aragão, Xande de Pilares e Gloria Groove. O Espaço Favela, por sua vez, contará com performances de Mc Carol, Tati Quebra Barraco, Buchecha, Kevin o Chris, Livinho, Mc Dricka, entre outros, mostrando uma diversidade de gêneros e origens, mas ainda assim deixando uma lacuna quando se trata de representantes do Norte.
A polêmica em torno da seleção dos artistas para o Rock in Rio 2024 levanta questões mais amplas sobre diversidade e inclusão nos grandes eventos culturais do Brasil. Enquanto o festival continua sendo um marco no calendário cultural do país, a discussão instigada por Gaby Amarantos e outros artistas é um lembrete crucial de que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que todas as vozes e regiões do Brasil sejam ouvidas e celebradas igualmente.
