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RuPaul: drag mais famosa do mundo dá entrevista para o A Capa; confira!

Ela já escreveu livro, gravou CD e foi considerada "Queen of Manhattan" em concurso realizado em 1990 em Nova York.

RuPaul é considerada um ícone gay e ostenta esse título com profissionalismo e dedicação. Seu programa no canal gay Logo, "RuPaul’s Drag Race", é um sucesso nos Estados Unidos e já está em sua quarta temporada – no Brasil, ele é exibido pelo canal VH1.

Nesta entrevista exclusiva ao A Capa, a drag abre as portas de sua vida e conta como tudo começou. Fala do início da carreira, de seu programa de TV e de suas viagens ao Brasil. Sim, ela já caiu no samba.

Algumas pessoas se referem a você no masculino e outras no feminino. Como você administra isso?
Me chamem do que quiserem. Ele ou ela, não tenho problema com isso, pelo contrário, faço brincadeiras, por isso não levo tão a sério. Não importa se você é transexual, gay, hétero, azul ou amarelo, você é um espírito vivendo uma experiência humana.

Sua mãe sempre teve certeza de que você seria famosa. Como foi o seu contato com ela?
Aos 32 anos de vida já tinha realizado muitos trabalhos, naquele momento minha mãe estava entre a vida e a morte. Foi muito bom estar com ela e, ao mesmo tempo, foi bonito ver que tinha alcançado meu sonho ao seu lado. Ela sempre dizia que eu seria uma estrela!

Um dos grandes reconhecimentos veio em 1990 em Nova York. Como foi ser eleita "Queen of Manhattan" (rainha de Manhattan)?
Já era conhecida em Atlanta. Por meio desse concurso anual fui escolhida rainha de Manhattan. Mas com o tempo percebi que era algo localizado e que precisava subir mais um degrau na minha carreira.

Seis anos após o concurso você escreveu sua autobiografia, continuou fazendo shows mundo afora e 2010 lançou o livro "Workin’ it". Como foram essas experiências?
Foram ótimas. Meu livro é para todas as pessoas, independente da sexualidade, pois fala de como vencer o nosso sabotador, que existe dentro de cada um de nós, aquele que nos diz: ‘você não é capaz disso ou daquilo’. O livro te ensina como administrar a sua própria voz. E como você mencionou, está chegando a hora de reescrever minha autobiografia e contar o que aconteceu durante os 15 anos que se passaram…

Quais as melhores cidades que já conheceu?
Ah, meu Deus, já estive em todos os cantos do globo. O Brasil é um dos lugares ao qual voltaria mesmo se eu não estivesse trabalhando. Amei aquele país, as pessoas. É um dos meus lugares favoritos. Depois vem San Francisco, Vancouver e Sydney, cada uma com sua peculiaridade.

Você é muito talentosa, canta, dança, interpreta… É difícil ser famosa?
É muito difícil ficar lá em cima. Às vezes, quando você alcança o topo, percebe que não quer mais isso. Porém, o importante é fazer o que gosta e de forma interessante. É bom saber que as pessoas, hoje, reconhecem uma drag como artista e não como um ser de outro planeta.

O  "RuPaul’s Drag Race" é um sucesso e já está na quarta temporada. Certa vez percebi que havia uma fila enorme de pessoas querendo participar do seu programa em uma casa noturna em San Francisco… Não acreditei!
(Risos) Então, a fase mais difícil é encontrar os participantes. Procuramos por características específicas, drags que tenham experiência em shows. Basicamente tudo o que eu fiz na minha carreira é o que estamos buscando para o programa. É preciso ter talento, saber montar uma peruca, fazer uma maquiagem e muito mais. Não é somente colocar um salto alto e um vestido longo, vai mais além. Quem quiser se inscrever, pode acessar o site: www.worldofwonder.net.

Um dos quadros mais comentados é o "Universidade Drag", em que você leva mulheres para serem transformadas em drags. Qual é o objetivo desta transformação?
É para que as pessoas explorem seus sonhos. Um momento em que a mulher deseja encontrar o super-herói que existe dentro dela mesma. Essas mulheres perceberam que têm sido desvalorizadas por muitos anos. Mostramos a elas como encontrar o seu "eu" e que é importante viver da melhor forma possível.

Qual é a sua parte favorita do programa?
Eu amo quando as garotas podem ver o que elas criaram. Elas são supertalentosas, não é todo mundo que pode fazer isso. Muitas pessoas pensam que podem estar na TV porque estão usando uma peruca e salto alto. Mas a verdade é que as participantes são profissionais, elas aprendem a fazer muito quando não há quase nada.

Quanto tempo você leva para se preparar para o programa?
Algumas horas de maquiagem e cabelo. Às vezes, fico (no estúdio) por 14 horas, entre o processo de transformação e a gravação. Mas é um trabalho muito prazeroso…

O que você diria para os adolescentes que querem ingressar no show business?
Não leve a vida tão a sério. O show business é muito cruel e você pode se machucar. Também é importante saber quem você é, qual é a sua energia.

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