Polícia russa invade clube na Rússia após denúncia contra evento LGBTQIA+, refletindo a repressão crescente ao movimento
Na noite de sábado, a polícia de São Petersburgo, na Rússia, realizou uma operação em uma discoteca após uma denúncia de “propaganda LGBT+”, termo usado pelas autoridades russas para criminalizar manifestações do movimento LGBTQIA+. O local visado foi o Department 57, onde um evento organizado pelo influenciador Vlados Miros, conhecido nas redes sociais com mais de 1,8 milhões de seguidores, estava previsto, mas não chegou a acontecer publicamente.
A ação policial partiu da reclamação de um morador que também alegou o uso de substâncias proibidas no estabelecimento. Durante a intervenção, Vlados Miros e sua assistente, Anastasía Lukiná, foram detidos, mas liberados posteriormente sem que sanções administrativas fossem aplicadas, segundo informou o Ministério do Interior russo.
Apesar da operação, a polícia não encontrou drogas no clube, onde havia 52 pessoas presentes no momento da rusga. Ainda assim, essa ação faz parte de um contexto maior de repressão ao movimento LGBTQIA+ na Rússia.
Contexto de repressão crescente
Desde novembro de 2023, quando o Supremo Tribunal russo classificou o movimento LGBTQIA+ como “extremista”, e mais recentemente, em março de 2024, incluindo-o na lista de organizações terroristas, o governo russo tem intensificado as ações contra minorias sexuais. Isso inclui a proibição de símbolos, organizações e qualquer tipo de manifestação que possa ser interpretada como promoção dos direitos LGBTQIA+.
As forças de segurança do país passaram a realizar rusgas em diversos locais, fechando espaços culturais e sociais ligados à comunidade. Além disso, membros da comunidade LGBTQIA+ têm enfrentado condenações que podem levar à prisão, em um cenário de crescente perseguição institucional.
Impactos para a comunidade LGBTQIA+
Essa escalada repressiva na Rússia traz um alerta para toda a comunidade LGBTQIA+ e seus aliados ao redor do mundo, mostrando como o autoritarismo pode ameaçar direitos conquistados com muita luta. A invasão de espaços de convivência e expressão, como a discoteca em São Petersburgo, revela como a criminalização da diversidade continua sendo usada para silenciar e intimidar.
Para o público LGBTQIA+ do acapa.com.br, é fundamental entender esse contexto para fortalecer a solidariedade internacional e denunciar práticas de violência e exclusão. A luta por direitos iguais e pela liberdade de expressão permanece urgente, especialmente diante de regimes que tentam apagar a existência e a voz de pessoas LGBTQIA+.