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@s gays na grande mídia

Desde que a décima edição do Big Brother Brasil foi ao ar a questão homossexual nunca esteve tanto na vitrine midiática como nesse momento. O primeiro momento se deu com a rixa entre Marcelo Dourado e os gays Angélica, Serginho e Dicesar. De um lado os coloridos, do outro lado o preto e branco da homofobia. Este último, infelizmente, ganhou.

Mas a partir daí pipocaram reportagens nos programas de fofoca que entopem a televisão na sessão vespertina. Jornais de grande circulação como Folha de São Paulo e O Globo fizeram artigos e matérias a respeito. A questão estava no ar. Debateu-se muita coisa: adoção, se é doença, se é homossexualismo ou homossexualidade, qual a diferença entre travesti e transexuais etc.

Quero destacar três momentos que acredito terem tido relevância e gerado discussão.  O primeiro foi o programa Debate MTV, que é apresentado pelo músico Lobão. O debate foi ao ar no dia 19 de março e discutiu uma possível contemplação da legislação para os LGBT. Foi legal. Principalmente quando exibiram um vídeo com dois jovens gays se beijando em pleno centro de São Paulo e a reação das pessoas. Que foi negativa, óbvio.

No último domingo tivemos a polêmica reportagem da revista Veja que abordou jovens gays que vivem fora do armário. A matéria gerou um caloroso debate a cerca de sua verossimilhança. Ficamos com a impressão de um simulacro do mundo gay. A realidade pintada ali era cor de rosa além da conta. O brilho do rosa incomodou. Mas de todo jeito, a comunidade gay estava de forma positiva na publicação de maior circulação do continente Latino Americano.

Eis que ontem, terça-feira (11/05), o programa Profissão Repórter deu uma aula de bom jornalismo. Em texto publicado nesse mesmo blog apontei que a falta de um trabalho de campo dos repórteres da Veja fez com que o trabalho publicado ficasse ficcional e redundante.

A jovem equipe comandada por Caco Barcellos foi até a rua Major Sertório, no centro de São Paulo, escutar aqueles jovens homossexuais que se encontram nas reuniões do Purpurina. Depoimentos contundentes revelaram que aquele gay da Veja é o ideal, mas ainda vive mais na representação do que na carne e no osso.

O encontro com alguns pais do Grupo de Pais de Filhos Homossexuais (GPH) mostrou o quanto ainda é difícil para filhos e pais saírem do armário. Em uma entrevista ao A Capa Edith Modesto disse algo que muito me marcou: “O grande problema é que as mães não são educadas para terem filhos homossexuais”. Em seguida vem tudo aquilo que chamamos de heteronormatividade. Fato que uma mãe deixou muito claro ao dizer que sonhava um sonho que era seu e não de seu filho. O programa foi bem emocionante. Realístico.

A questão da (HOMO) sexualidade está na ordem do dia. Com acertos e erros MTV, Veja e Profissão Repórter (GLOBO) trouxeram alento para muitos pais e seus filhos gays. Mostraram que é possível continuar a amar @ filh@ independente de sua orientação sexual.

E que venham mais contribuições da grande mídia/ imprensa para que cada vez mais a homofobia se distancie, para que os discursos obscurantistas dos fundamentalistas religiosos se tornem cada vez mais estranhos aos ouvidos.

Também não há como deixar de citar que estamos em ano de eleição. Será que após todo esse debate a cerca da homossexualidade, travestilidade e transexualidade os candidatos majoritários: Marina Silva (PV), José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) passarão uma campanha inteira sem tocar nesse assunto?

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