Nesta terça-feira (02) aconteceu a coletiva de imprensa promovida pela organização do 13º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo, e o Dykerama estava lá para saber das novidades.
Entre os componentes da mesa estavam representantes da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT), da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da Prefeitura do Município de São Paulo (Cads), da Coordenadoria de Políticas da Diversidade Sexual da Secretaria de Justiça do Governo do Estado de São Paulo, do Gay Day, da Polícia Militar, da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal, que patrocinam o evento.
As falas, muitas vezes emocionadas, reforçaram o tom de “festa e manifestação política da Parada”. Dimitri, da Coordenadoria Estadual, chegou a falar que considera a Parada “a maior manifestação política da história recente do Brasil”. Já Xande, presidente da APOGLBT, afirmou que “nós (os homossexuais, travestis e trangêneros) somos um dos últimos tabus da sociedade”. Todos ressaltaram a importância do tema escolhido para o Mês do Orgulho deste ano: SEM HOMOFOBIA, MAIS CIDADANIA – Pela Isonomia de Direitos!
Dentre as novidades do Mês do Orgulho LBGT deste ano, estão:
Feira Cultural LGBT do Anhangabaú (dia 11/06): Palco livre para apresentações de drag queens; o Festival Flash de Diversidade na Música, onde tocarão bandas como Madame Mim e Tetine; tendas onde serão prestadas orientações jurídicas sobre direitos LGBT e outras onde serão recolhidas assinaturas em prol da aprovação, no Senado, do PLC 122, que criminaliza a homofobia.
Ciclo de Debates (de 03 a 19/06): Segundo a APOGLBT, o ciclo “aprofundará a discussão sobre isonomia de direitos da camada LGBT, pretendendo instrumentalizar pessoas e instituições a lutarem por eles e por uma sociedade mais justa”. Veja programação completa aqui.
Parada (dia 14/06): A Polícia Militar disponibilizará 1200 homens, helicópteros Águia, 3 hospitais de campanha e patrulhará a venda de bebidas “batizadas”, já que estas, segundo o Comandante da PM, são as responsáveis por grande parte da ocorrências da Parada. Além disso, está em negociação um carro que ficará parado, recolhendo assinaturas em favor da PLC 122. Ainda não estão fechados os trios, mas sabe-se que poucas casas noturnas entraram no evento este ano.
A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo traz R$ 189 milhões para a cidade em apenas um final de semana e é 2º evento que mais arrecada recursos para o município, só perdendo para a Fórmula I. Para o Secretário de Turismo da cidade, a Parada e a Fashion Week são os eventos que definem o turismo em São Paulo para o resto do mundo.
Porém, este ano houve redução dos recursos disponibilizados para o Mês do Orgulho e com isso “deixamos de defender seres humanos e seus direitos”, segundo o Coordenador da Parada, Manoel Zanini. Do custo total estimado para o Mês do Orgulho deste ano – R$ 860 mil, ainda falta arrecadar R$ 80 mil, sendo que os eventos já começaram…
Após esta coletiva ficou visível que, com raras exceções, aqueles que têm o poder e dinheiro nas mãos absolutamente não veem a Parada como evento político e, infelizmente, ignoram a importância e necessidade do setor LBGT de lutar por direitos – quando não nos discriminam. Para eles, é pura festa e turismo. Ainda.