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Saiba como foi 1º Seminário da Diversidade Trans com Lea T, Jane di Castro e João Nery no Rio

Na última terça (29), Dia da Visibilidade Trans, a Coordenadoria da Diversidade Sexual do Rio de Janeiro em parceria com a Secretaria de Sáude e Defesa Civil do Município realizou o I Seminário de Cidadania Trans – Dignidade, Inclusão e Respeito.

Participaram do debate nomes importantes da comunidade trans brasileira, como o escritor João W. Nery e a modelo Lea T.

"A maior reivindicação é a capacitação para o mercado de trabalho, que defendemos na CEDS através do projeto Damas, de capacitação e inserção dessas profissionais. Como gestores, temos de garantir o direito à cidadania a todos os cidadãos. Levantamos a bandeira de um Rio sem preconceito, não precisa entender, mas temos de respeitar a diversidade, porque é lei", disse Carlos Tufvesson, nome a frente de Coordenadoria, na abertura do evento.

Ao longo dos debates, que contaram com uma plateia de aproximadamente cem pessoas, foram discutidos temas relacionados à vivência da travestilidade e da transexualidade.

"Existe transfobia sim. Mas eu venci e hoje estou empregada em uma empresa onde sou respeitada como profissional. Nosso lugar não é a rua. Nosso lugar é em qualquer lugar", disse a advogada Tatiana Crispim.

João W. Nery, ícone entre os transexuais masculinos, falou sobre a dificuldade para trocar o nome social. "Tenho lutado para conseguir a mudança de nome no meu diploma. Há dois meses entrei com um pedido na faculdade e o secretário da faculdade me ligou e disse que nunca houve um caso desses. Expliquei que, por isso, quis entrar com o processo, para abrir as portas para os próximos trans", disse ele.


O escritor João W. Nery

Lea T., que causou polêmica no Fantástico ao dizer que se arrependeu da cirurgia de mudança de sexo, esclareceu a polêmica em torno do assunto. "Tenho orgulho de ser transexual. Minha sorte é que encontrei uma psicóloga que me ajudou a entender que eu tenho que ser eu mesma e aceitar esse fator antes de fazer a cirurgia. Biologicamente nunca seremos mulher de verdade", declarou Lea.

A famosa transformista carioca Jane Di Castro felicitou Lea pela sua coragem. "Seu depoimento me comoveu. Ninguém pode falar que você está certa ou errada. Trabalhei em Paris com várias operadas que se suicidaram porque não eram transexuais, mas travestis como eu. Eu não sou mulher, sou um travesti e me transformei pela arte".

A atriz e cantora Cláudia Celeste, que tem 60 anos de idade e 40 de carreira, disse que o importante é ter orgulho da pessoa que você é. "O mais importante é sermos trans. É isso que nos põe felizes. Vamos viver como nós somos. Sou casada com o mesmo marido há 30 anos, vivo uma vida de pessoa que se casa, que gosta da outra e conseguiu se realizar no trabalho, como qualquer ser humano", finalizou Cláudia.


A artista Jane Di Castro

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