O Centro Zaki Narchi, abrigo que desde outubro tem uma ala exclusiva para LGBT em São Paulo, tem aumentado as chances de lésbicas, gays, bissexuais e, sobretudo, travestis e mulheres transexuais sujeitos à vulnerabilidade social rearranjarem as suas vidas.
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No espaço, estão as trans Vanessa, Samantha e Giovanna Baby, que dividem a casa com até 900 homens, mas que tem em seus quartos a mínima privacidade e tranquilidade aos comuns olhares de preconceito – o que motivava muitas a voltarem para a rua em outros abrigos.
O espaço tem o "Zaki 1", onde ficam os recém chegados, o "Zaki 2", onde ficam os que têm emprego formal e fazem cursos de qualificação profissional" ou passam por tratamentos de combate à dependência química. E o "Zaki 3", onde moram pessoas que estão prestes a sair, com emprego e um lar.
Recém-chegada ao "Zaki 1", a cearense Vanessa Tomaz, de 36 anos, afirma à Folha de SP que é formada em pedagogia e que veio a São Paulo para tentar a cirurgia de redesignação sexual (a mudança de sexo). Acabou tornando-se garota de programa e entrando em coma, após descobrir tumor no intestino. Hoje, ela está em fases de testes como auxiliar de limpeza e ganhar R$55 por dia.
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A mineira Giovanna, que está no "Zaki 2", chegou à cidade fugida da família preconceituosa. Ela afirma que cansou de procurar trabalho e que as desculpas sempre eram que "a vaga já estava preenchida". Recentemente, conseguiu o emprego de "auxiliar de serviços gerais", de uma família do ramo automobilístico e se prepara para alugar um espaço por R$400 com uma amiga.
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Já Samantha está prestes a deixar a ala. Ela trabalha como cozinheira e fazendo panfletagens e afirma que o abrigo a auxiliou. "Eu acho que isso aqui foi muito bom. Espero que as pessoas preservem esse espaço, porque a gente sai, mas entram outras pessoas. E a gente tem que como falar: a casa me acolheu, eu acresci e, hoje, onde eu dormia tem outra pessoa".