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Saiba quais foram os beijos gays e lésbicos da teledramaturgia brasileira

Giovanna Antonelli e Tayná Müller deram nessa segunda-feira (1) o primeiro beijo lésbico da novela Em Família, da TV Globo. Em clima de romance, as personagens Clara e Marina conversam sobre o noivado e, depois de alguns toques, frases e carinhos, se entregam ao singelo e romântico beijo.

Nas redes sociais, há quem tenha se dado por satisfeito por mais uma quebra de preconceito. Há quem tenha comemorado e esteja torcendo por mais cenas. Por outro lado, há quem tenha achado o resultado um mero selinho – daqueles protagonizados por Hebe Camargo – portando desnecessário. O fato é que o beijo gay ainda causa polêmica na televisão brasileira e, apesar de já ter sido inúmeras vezes censurado, não é novidade na teledramaturgia.

Consta que o primeiro beijo entre homens tenha sido dado em 1993, na minissérie "Mãe de Santo", da extinta TV Manchete. De maneira sutil, aparecem apenas a silhuetas dos atores Raí Bastos e Daniel Barcelos, o suficiente para gerar polêmica. Já entre mulheres, conforme aponta o livro Almanaque da TV, ocorreu com as atrizes Vida Alves e Geórgia Gomide, que interpretavam as personagens Karin e Martha em Calúnia, da TV de Vanguarda, em 1963. Acredite, não gerou revoltas.

Em 2011 – sim, quase 50 anos depois – o SBT trouxe de volta a discussão e, na novela "Amor e Revolução", protagonizou o primeiro beijo lésbico da emissora entre as personagens Marina, interpretada por Giselle Tigre, e Marcela, vivida por Luciana Vendramini. Vale lembrar que, anteriormente, na novela Mulheres Apaixonadas, de 2003, Clara (Paula Picarelli) e Rafaela (Alinne Moraes) trocaram uma leve bitoca durante uma peça de teatro. Detalhe: para não receber críticas de conservadores, uma estava vestida de Romeu. 

No formato minissérie, é mais comum um selinho ou outro aparecer, como em "Queridos Amigos" (2008), em que exibiu o beijo de Guilherme Weber e Pedro Novaes no primeiro capítulo, como em "Quero Ser Solteira", do Multishow, que exibiu o beijo entre Felipe Cabral e Eduardo Rios, ou como na minissérie "Natália", do Canal Brasil, em 2011, que contou com o beijo de Mauricio Branco e Rodrigo Candelot. Ou até mesmo no seriado "Doce Mãe", de 2014, em que Matheus Nachtergaele e Evandro Soldatelli, também dão um novo beijo.

Já em 2014, Globo – que anteriormente censurou o beijo na novela América, em 2005 – finalmente trouxe o primeiro beijo gay da história da emissora. Em "Amor à Vida", o vilão-mocinho Félix, personagem de Mateus Solano, e o cozinheiro Niko, Thiago Fragoso, deixam de lado as diferenças e terminam a novela juntos. O beijo foi comemorado nos lares brasileiros, que torciam pela união, e foi encarado como um grande feito na história da TV. "Um grande passo na sociedade", disse Solano, que comemorou o feito.

O beijo gay de Félix e Niko reverberou positivamente em outras produções, vide "Em Família". E, agora, o ator Aguinaldo Silva – que declarou anteriormente que "beijo gay só na sua casa" adiantou que pode, sim, trazer um beijo entre iguais na novela Império, que estreia no dia 21 de julho. O próximo [passo] é transformar o beijo gay ou lésbico em apenas um beijo, sem rótulos, definições e à revelia.

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