Realizado na última quinta-feira (16/09), na boate Nostro Mondo em parceria com o Casarão Brasil, o debate com candidatos LGBT foi marcado pela ausência da drag Léo Áquilla (PTB) e pelas intervenções polêmicas de Salete Campari (PT-SP) e Márcia Lima (PSB-SP).
Além desses candidatos, também marcaram presença no debate o candidato a deputado federal Fernando Alcântara (PSB-SP), Amaury (PV-SP), Homero Gomes (PSB-SP) e Rosana Star (PRB-SP). Com exceção de Salete Campari, todos os outros candidatos concorrem a uma vaga no Congresso Nacional.
Douglas Drumond, fundador da ONG Casarão Brasil, foi o responsável por conduzir o debate sorteando quem perguntava para quem. Salete Campari foi a primeira a ser sorteada. A drag agradeceu o convite e revelou conhecer todas "as paredes da Nostro Mondo". Em seguida, questionou Márcia Lima sobre suas propostas sobre o tema da habitação.
A candidata travesti, antes de responder, disse a Douglas Drumond que muita gente o critica por ter dinheiro. "Mas graças a Deus você tem e pode ajudar a comunidade", observou. Posteriormente, Márcia disse que o tema da habitação é polêmico e que é preciso "incluir" as travestis. Salete, por sua vez, pediu clareza da candidata e disse que antes da inclusão habitacional é preciso "colocar a travesti no mercado de trabalho".
Já Rosana Star perguntou ao sargento Fernando o que muda na segurança caso ele seja eleito. O militar afirmou que é preciso "humanizar" a polícia e as Forças Armadas. No sorteio seguinte, o candidato do Partido Verde (PV), Amaury, perguntou a Rosana sobre as suas propostas para a educação.
Meio distraída, a candidata pediu desculpas. "Olha gente, desculpa, é que estou com dor nas costas e tomei um remédio que me deixou meio chumbada", disse a candidata, para em seguida afirmar que é preciso dar uma atenção especial aos LGBT na escola.
Próximo ao fim do debate, houve polêmica entre o candidato Amaury e Salete Campari em torno dos projetos de união civil e da lei estadual antihomofobia no estado de São Paulo. O candidato verde disse que a lei da então deputada federal Marta Suplicy é "tímida" e que a lei 10.948 não coloca na cadeia os homofóbicos.
Salete Campari rebateu e disse que o seu partido (PT) é o que mais tem atuado na defesa gay. "Quantos projetos gays vieram do PV?", questionou a candidata. Márcia Lima lembrou a Amaury que a lei estadual não tem poder de cadeia.
Às 22h, o debate se encerrou e a discussão acabou sendo morna. Da metade para o fim, o debate se tornou monotemático – discutiu-se a questão da família e do quanto ela é importante. Já a transformação de uma sociedade altamente preconceituosa com os LGBT ficou em segundo plano, quase esquecida.