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Samba de Rainha inicia turnê internacional na próxima sexta

O samba está nas entranhas de qualquer brasileiro que se preze. Gostando ou não do gênero, quem nasceu no país do futebol cresceu ouvindo os clássicos dos principais compositores como Cartola, Pixinguinha e Paulinho da Viola. Entretanto, poucos foram os nomes femininos que se destacaram neste universo musical predominantemente masculino. Mais raros ainda são os grupos liderados por mulheres que conseguiram uma vida longa.

Contrariando esta realidade com uma dose extra de competência, o aclamado grupo paulistano Samba de Rainha não pára de conquistar fãs no Brasil e agora prepara-se para ampliar ainda mais o clã de admiradores. Isso porque as meninas estão de malas prontas para embarcar nesta que será a primeira turnê internacional do grupo.

Acostumada a fazer shows na noite de São Paulo, principalmente nas tardes de domingo do Vermont Itaim, a partir da próxima sexta-feira a banda – composta por oito integrantes – apresentará o seu repertório em sete cidades de Portugal e na casa noturna Guanabara, em Londres.

Em entrevista concedida ao Dykerama.com a vocalista Núbia Maciel disse que a turnê está prevista para durar vinte dias, mas que este período pode ser prolongado porque os convites para shows na Europa não páram de crescer para o grupo neste período de carnaval. “Cada dia aparece um show novo por lá”, comenta Núbia.

Além disso, ela falou sobre o início da banda e contou como estão os preparativos e a expectativa das meninas do Samba de Rainha para este novo desafio que vai começar na próxima sexta-feira. Confira a entrevista abaixo!

Dykerama – Quando como e porque começou a banda?

Núbia – Desde o começo de 2004 já nos reuníamos para tocar no apartamento de uma das meninas. Mas tudo era bagunça, era festa, enfim, para desestressar. Certa vez tocamos num aniversário e uma das convidadas achou que podíamos tocar no bar de uma amiga dela que estava inaugurando. Era o Espeto de Bambu, ali na Haddock Lobo. Tocávamos e ganhávamos cerveja em troca, que beleza (risos). A rua lotou! A partir daí não paramos mais.

Dykerama – A formação que existe hoje é a inicial? Se a resposta for negativa, quem saiu e quem entrou?

Núbia – Não, saíram duas, a Pati Cavaquinho (cavaco) e a Tati Pacheco (surdo). No cavaco entrou a Thais Musachi e no surdo ficou a Aidée Cristina (que já era da banda).

Dykerama – Porque o nome Samba de Rainha?

Núbia – Queríamos um nome que falasse do universo feminino, mas que reverenciasse a mulher, não nomes que ligassem a mulher a cozinha, por exemplo.
Ao mesmo tempo, queríamos homenagear as verdadeiras rainhas, que são as cantoras e compositoras que sempre fizeram parte do nosso repertório: Clara Nunes, Ivone Lara, Beth Carvalho, Clementina e Jovelina.

Dykerama – Vocês sentiram alguma dificuldade por ingressarem num gênero musical onde os músicos são, predominantemente, do sexo masculino?

Núbia – Se houve algum preconceito nunca prestamos atenção nisso. Às vezes, quando tocamos em casas de samba, quem nunca viu fica um pouco desconfiado, mas depois que começamos a tocar, todo mundo cai no samba.

Dykerama – Quais são suas influências musicais?

Núbia – Clara Nunes, Alcione, Ataulfo Alves, Ary Barroso, Lupicinio Rodrigues, coisas que meu pai cantava.

Dykerama – Você faz outra coisa profissionalmente além de cantar no Samba de Rainha?

Núbia – Não desde que começou a banda resolvi me dedicar totalmente a ela. Estudamos e ensaiamos durante a semana, quando não temos shows. Acho impossível chegar a algum lugar sem se focar totalmente no trabalho.

Dykerama – Qual música da banda é a sua predileta?

Núbia – Nesse novo trabalho eu adoro “É Pomba, Mané!”

Dykerama – Quais foram as apresentações mais relevantes do grupo?

Núbia – As apresentações que marcaram pra mim, foram o “Comida di Buteco” de BH em 2006, onde o público chegou a 10.000 pessoas, a “Virada Cultural” de SP em 2007, que foi as 5h da manhã e a rua estava lotada e nosso último show no projeto, “Prata da Casa”, no SESC Pompéia, nessa última terça, dia 15 de janeiro, onde ficaram 300 pessoas pra fora e recebemos uma crítica maravilhosa do Pedro Alexandre Sanchez, curador do projeto.

Dykerama – É a primeira vez que vocês fazem uma turnê na Europa?

Núbia – Sim.

Dykerama – Como está a expectativa para esta apresentação internacional e o que você espera?

Núbia – Estou super ansiosa, às vezes fico muda e às vezes não paro de andar, rs. Espero sinceramente que a gente consiga levantar a energia do público de lá, como fazemos com o público daqui. Porque a energia vem do público, a gente só traz ela pra fora.

Dykerama – A turnê vai durar quantos dias e onde vocês irão tocar?

Núbia – 20 dias. Já temos 7 shows marcados em Portugal, em cidades diferentes. Cada dia aparece um show novo por lá, o que pra nos é ótimo, nem esperávamos nada disso. Em Londres, por enquanto só tem um, no Guanabara.

Dykerama – Quais são os planos para o futuro da banda?

Núbia – Nosso próximo passo será o lançamento do segundo CD quando voltarmos e a gravação de um DVD.

Quem quiser conhecer um pouco mais a respeito do grupo Samba de Rainha acesse aqui .

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