Cidade se destaca como uma intensa cena gay entre os principais destinos mundiais
Quem visita São Francisco, na Califórnia, nunca esquece os prazeres oferecidos pela cidade, que vão desde uma boa gastronomia a uma sensual festa em pleno ar livre. É por toda essa diversidade que a cidade, cercada por água, atrai gente de todos os cantos do mundo.
A rua Castro é o ponto gay mais fervido de São Francisco. Lá se concentram lojas, bares, restaurantes, museus, clubes noturnos, cinemas, além de rolar azaração total. Não se assuste se você se deparar com alguém andando pelado pelas ruas. Mesmo que este ato seja proibido por lei, na Castro (quase) tudo é permitido.
A cidade recebe cerca de 16 milhões de turistas anualmente, interessados em vivenciar algo mágico e inesquecível. São Francisco é um local para todos os tipos e bolsos, embora seja visível o aumento no custo de vida. Para se ter uma noção, para morar em SF, você precisa de no mínimo cerca de R$ 4 mil por mês. Neste valor está incluído aluguel, jantar fora algumas noites, bares e transporte.
É possível observar nas ruas uma mistura de culturas, línguas e raças. Contudo, a economia da cidade não está nos melhores dias. “Estamos enfrentando um recesso econômico local, pior que a crise mundial”, relata o empresário de Turismo Danilo Costa.
O QUE FAZER ANTES DA NOITE COMEÇAR
Museu Histórico Gay de São Francisco: para conhecer um pouco mais da trajetória da comunidade. Localizado em Castro. Segunda, Quarta, Quinta, Sexta e Sábado das 11hs às 19hs. Domingos das 12hs às 17hs. Entrada US$ 5.
Golden Gate: uma das pontes mais lindas do mundo. Alugue uma bicicleta, desça até o lado norte de SF e visite Sausalito, um cidadezinha charmosa a beira mar. Boa para a prática do surfe.
Ilha de Alcatraz: para quem ama filmes de terror ou adora história. A velha prisão federal que funcionava bem no coração da cidade ficou em funcionamento até o ano de 1934.
Fisherman’s Wharf: localizada de frente para o mar, esta área é super charmosa e bastante popular entre os turistas. Pode-se ver leões marinhos, artistas de rua ou até mesmo pegar um barco e ir ate Marin County – uma região linda, com várias cidadezinhas, cheia de verde e muita gente bonita.
Shows no Golden Gate Park, que fica ao lado da rua mais hippie do município – a Haight.
Outlets: a cidade possui vários outlets ao seu redor, que vendem marcas conhecidas mundialmente, como Lacoste e Hugo Boss, com super descontos. Destaque para o Gilroy, Petaluma e Vacaville. Cerca de 1 hora e meia de distância do centro.
Teatro Castro: oferece filmes, musicais e shows, às vezes com participações especiais de famosos. No mês de março o convidado foi o ator Al Pacino.
Dolores Park: mais parecido com uma praça do que um parque, recebe milhares de pessoas nas tardes de sábado e domingo, quando o sol resolve dar o ar da graça. O espaço é ideal para ler, ouvir música, conversar, encontrar alguém especial, namorar ou praticar algum esporte. Uma espécie de praia sem mar para os americanos. Dica: prepare e leve comida e bebida, como se fosse um piquenique.
Coit Tower: com 64m de altura, é uma boa opção para visitar a dois ou em grupo. A torre com uma vista de 360 graus foi construída em 1933 a pedido de Lillie Hitchcock Coit para aperfeiçoar a beleza da cidade.
AS MELHORES FESTAS
A maioria dos bares e clubes ficam também na Castro. Atenção! Não vá muito tarde para a noite, na Califórnia o horário de funcionamento permitido por lei e até 1h30 da manhã, depois disso vá comer um pedaço de pizza e ir para casa, sozinho ou acompanhado.
Badlands: o mais movimentado. Corpos sarados se jogam na pista. Ferve sexta e sábado depois das 11 da noite.
Toadhall: com área livre e dois bares, um interno e outro do lado de fora, é conhecido como o point da vez.
Midnight Sun: para assistir TV, beber e conversar com amigos. Nada de rebolar, não há pista de dança, você fica em pé mesmo e dá ótimas risadas assistindo aos clipes, shows de comédia e game shows.
The Café: para ver corpos sarados. Com duas pistas de dança.
Power House: com dark room, ideal para aqueles que buscam ação direta.
440 Castro: excelente pedida para quem curte couro, jaquetas e cintos. Durante os fins de semana o bar fica lotado.
Ainda rolam inúmeras festas espalhadas pela cidade, como a Underwear Party e a Orgy. Para se conectar, acesse o site: glossmagazine.net
Em maio o brasileiro Lallo está organizando a terceira edição da festa Favela Chique, uma mistura de músicas brasileiras e americanas. “A ideia é de subir o morro para uma festança”, comenta Lallo.
JANTAR
Frances: restaurante de cozinha californiana, pequeno, mas de excelência. Ligue com bastante antecedência para fazer a reserva.
Bella Vista: localizado no topo de uma montanha e cercado por árvores, fica a 40 minutos de São Francisco. Planeje ir ao local lá pelas 5 ou 6 horas da tarde.
Catch: especializado em frutos do mar, o local é bem romântico e caro, mas vale a pena.
Filoli: uma opção para os amantes do neoclássico. Com movéis do século XVI e XVII e um jardim encantador, perfeito para curtir o pôr-do-sol.
Vale também ir até a área central da cidade, aproveitar o astral da famosa Union Square, com lojas chiquérrimas e se deliciar no Grant Hyatt Restaurante, no topo do hotel Hyatt, com uma vista linda da baía e um cardápio de dar água na boca.
SEXO FÁCIL? ONDE?
A Eros Steam & Sex, como o nome já diz, é uma casa de sexo. Há poucos metros da Castro, o local é dividido em dois andares. Detalhe: em São Francisco é proibido neste tipo de estabelecimento comercial ter quartos para sexo, ou seja, tudo é feito na frente de outras pessoas.
Se você gosta de privacidade este não é um lugar ideal. Outra opção é o Mack Folsom Prison. Este espaço é menor que o Eros, porém mais hot. Quando o fluxo de clientes cai, há a opção de usar a internet para agendar algum encontro e apimentar a noite, ou até mesmo o dia. SF também tem cinemas gays, destaque para o Nob Hill Teatro, que conta com strippers.
CULTURA
Aproveite a diversidade cultural e as talentosas companhias de artes da cidade.
A Cia Ballet de São Francisco, uma das melhores do mundo, é uma boa pedida. A temporada começa com o tradicional “Quebra-
Nozes” em dezembro e vai até maio. Durante este período é possível assistir aos clássicos como “Romeo e Julieta” e “Cisne Negro”. No elenco estão dois brasileiros: Vitor Luis e Daniel Deiveson de Oliveira.
Para os amantes da musica clássica tem a Casa de Ópera e a SF Shymphony, que sempre trazem grandes espetáculos. Os três prédios ficam localizados próximos à prefeitura da cidade. Uma área linda com prédios edificados no estilo francês.
ONDE FICAR
Sem dúvida alguma a melhor opção de hotelaria é o Westin St. Francis Hotel, localizado no coração de SF. Este luxuoso hotel tem vista para a praça mais famosa da cidade – a Union Square.
Já o Parker Guest House é um hotel/casa com 21 quartos. O hotel fica próximo a estação de metro Church, com 10 minutos de caminhada até a Castro. Este não é um dos melhores hotéis da cidade, embora os serviços sejam bons, mas com certeza é um dos mais gays.
Outro lugar para se hospedar é o Hyatt Hotel, localizado no centro da cidade. Combina luxo e qualidade. Tem um restaurante no último andar e academia.
DATAS ESPECIAIS
JUNHO 16 – 26: 35º SF International LGBT Film Festival acontece em diversos lugares, entre eles Castro Theatre, Roxie Theater e Victoria Theatre.
JUNHO 22 – 24: data da Parada Gay. Uma das melhores paradas do mundo, que já teve presença ilustres, como Cindy Lauper.
JULHO 29: tem a Dore Alley Fair. Diferentemente da Folsom Fair (abaixo), a Alley é mais local e mais gay. É possível encontrar pessoas fazendo sexo em cantinhos da rua e bares.
SETEMBRO 07: Castro Street Fair. Ano passado a feira recebeu cerca de 50 mil visitantes e arrecadou mais de US$ 85 mil para instituições não governamentais locais. A Castro e algumas vias de acesso ao local são fechadas para garantir mais segurança ao público. Aliás, segurança é o que não falta.
SETEMBRO 23: a famosíssima Folsom Street Fair é de tirar o fôlego. Pessoas transitam, praticamente nuas, com chicotes nas mãos e muitas fantasias na cabeça. Há stands de produtoras de filmes pornô, com atores dando autógrafos e demonstrações, ao vivo, de pessoas que têm fetiches inusitados.
*Matéria publicada originalmente na revista A Capa #55