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São Paulo será cenário de nova série gay; Confira entrevista com produtor

Vem aí mais um seriado gay. Depois da cidade do Rio de Janeiro ser cenário de duas produções, Farme 40º e CaRIOcas, chegou a vez de São Paulo ambientar a série Arouche By Night.

O roteirista e produtor executivo, William Lemos, contou ao site A Capa mais detalhes sobre o seriado que, segundo ele, "é um passo para mais uma conquista de expressão" da comunidade LGBT.

Orçado em R$ 1 milhão, William já conseguiu parte dessa verba para a realização da série, que começa suas filmagens no início de dezembro. "Primeiramente temos que selecionar, pelo Brasil inteiro, dois go-go boys e uma drag queen para participarem do elenco", ressalta.

Na entrevista a seguir, o produtor dá mais detalhes sobre como participar da seleção e adianta que já negocia uma parceria com uma emissora de TV aberta.

Há limite de idade, tanto para o go-go boy quanto para a drag, se inscreverem no concurso?
As inscrições já estão abertas, e o site do programa contém todas as informações. A idade mínima para ambas as categorias é 18 anos e a máxima é de 40 para go-go boys. Já para drag queen não haverá limite máximo, o que será observado é apenas a performance apresentada. As inscrições poderão ser feitas em qualquer cidade do Brasil.
 
A ideia de criar um seriado gay em São Paulo surgiu depois que dois seriados gays, Farme 40º e CaRIOcas, começaram a ser produzidos no Rio de Janeiro?
Não! Nós já estávamos com essa ideia há três anos, e só agora terminamos todo o projeto.

Qual é o custo de produção do seriado? Essa verba já foi total ou parcialmente obtida?
O custo do seriado está orçado em aproximadamente R$ 1 milhão, sendo que já temos parte dessa verba.
 
Todos os atores que participarão  são gays? Como será feita a seleção?
Ainda estamos fazendo a seleção, é por esse detalhe que contamos com o apoio de vocês, da revista A Capa, e também de outras revistas. Quanto à opção (sic) sexual, não haverá distinção, poderão participar gays e héteros, e já estamos abertos para o recebimento de currículos.
 
O seriado contará com a participação de famosos?
Sim, em participações especiais. Mas ainda não podemos revelar os nomes.

Quem dirige e quem escreve o roteiro? E quais são as experiências de diretor e roteirista na área de teledramaturgia?
O roteiro é de minha autoria. Sou produtor musical e já dirigi o programa K Show, na CNT. Já a direção ficará a cargo de Dimas Oliveira, diretor de TV e documentarista, realizador de diversos documentários importantes para o resgate da memória brasileira, entre eles "O Brasil Brasileiro" de Ary Barroso, "Marquesa de Santos – uma História Real", "Vila Buarque – um Ponto de Cultura", "As Faces de Pedro I", "Adoniran Barbosa", entre outros. Dimas dirigiu também diversos curtas-metragens, além de minisséries na TV Band Vale, e possui uma carreira de 20 anos na TV, em emissoras como CNT/Gazeta, Band Vale e Sesc TV. Ele recebeu o título de "Cavaleiro da Ordem Real de Dom João VI" e a Medalha de Honra ao Mérito Thomé de Souza, pela Academia de Letras de São Paulo, por seus relevantes trabalhos realizados em prol da memória nacional.

Qual a importância dessa série para a comunidade gay?
Todas! É um passo para mais uma conquista de expressão, mesmo porque queremos que o seriado tenha várias temporadas. Aliás, assim que Arouche By Night estiver no ar, colocaremos na internet um blog para sugestões de assuntos a serem abordados na temporada seguinte.
 
Qual é a história central da série?
Um romance entre um rapaz soronegativo e um homem maduro, soropositivo.

O personagem Mauro é soropositivo. Como será feita essa abordagem?
Teremos vários assuntos interessantes no desenrolar da série, mas este certamente será especial, porque iremos focar a questão dos cuidados do antes e do depois de se adquirir o vírus HIV, e falar sobre o relacionamento afetivo entre uma pessoa soropositiva e uma soronegativa. 
 
Já há alguma coisa pronta, como algum trailer ou teaser?
As filmagens terão início em dezembro. Temos apenas o roteiro e o cronograma oficial da série.
 
Quantos personagens serão ao todo?
São 7 protagonistas, 5 antagonistas e 13 personagens de núcleo, totalizando 25 personagens.
 
Já enfrentaram algum tipo de preconceito por se tratar de um seriado gay ao solicitar patrocínio de alguma empresa?
Por enquanto estamos formulando o processo de captação de investidores. Logo daremos início à busca por patrocínio, priorizando investidores que costumam acreditar e apoiar o mercado LGBT.
 
Há mais dificuldades em se veicular na TV?
É um assunto novo para os investidores, mas ainda não iniciamos esse processo, até porque a verba da produção vem de parcerias que ainda não podemos revelar.

E já existe parceria com alguma emissora de TV?
Sim! Temos a Demais TV nos apoiando, trata-se de uma emissora de TV a cabo e por internet. Também estamos negociando uma parceria com uma emissora de TV aberta, mas ainda não podemos revelar qual.
 
Haverá gravações em clubes gays da cidade?
Sim, iremos gravar o seriado basicamente no Largo do Arouche e no seu entorno. Várias boates, bares, lojas e apartamentos da região já estão sendo cotados e fechados para locação.
 
Quando pretendem lançar a série?
As gravações estão previstas para terem início em dezembro desse ano ou janeiro de 2010, afinal, primeiramente teremos que selecionar, pelo Brasil inteiro, dois go-go boys e uma drag queen para participarem do elenco.

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