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Sargento gay teme pela vida de companheiro preso; Leia entrevista exclusiva

No final da I Conferência Nacional GLBT, subiu ao palco para se manifestar o sargento homossexual, Fernando Alcântara de Figueiredo. Muito emocionado, relatou o que está acontecendo no momento e pediu ajuda ao movimento LGBT, pois teme pela vida de seu companheiro, Laci Marinho de Araújo.

Após a manifestação, entre muitas fotos e abraços, a reportagem do A Capa conseguiu bater um papo rapido com Fernando. Durante a entrevista, o sargento disse não conseguir pensar em nada além do companheiro, "ele corre risco de vida". Falou ainda sobre as torturas físicas e psicológicas sofridas pelo seu companheiro no cárcere das Forças Armadas, "eles usam táticas [de tortura] que não deixam marcas". Confira a entrevista exclusiva a seguir.

Como tem sido a sua vida após a prisão do Laci?
No momento eu só estou preocupado com ele. Enquanto ele estiver lá (cárcere das Forças Armadas) corre risco de vida. Olha, ele já vinha sendo ameaçado há tempos, eles estão acabando com ele!

Você está trabalhando normalmente?
No momento estou sofrendo um processo administrativo. Eles alegam que eu me afastei muito tempo para acompanhá-lo. Mas, isso é história. Eles querem é me tirar de lá. Eu não consigo pensar em nada! Eu só peço ajuda, pois ele vai ficar louco lá.

Ele sofreu algum de tipo de agressão na cadeia?
Ele sofreu torturas físicas, uma delas foi de sufocamento. E eles usam técnicas que não deixam marcas, eu aprendi a fazer isso também. Agora pararam de torturá-lo fisicamente, mas a psicológica ainda continua. Eles o tratam como um criminoso de alta periculosidade. Eles vão quase todos os dias lá e o acordam de madrugada, fazem revista na cela inteira e inclusive nele. Ele está sofrendo muito.

Como tem sido a atuação dos parlamentares no caso de vocês?
A Fátima Cleide (presidente da Frente Parlamentar LGBT) tem sido uma parceira e toda essa ajuda parlamentar vai nos ajudar muito, e assim tenho mais esperança. Agora também o judiciário está do nosso lado, vários juízes já entraram em contato e disseram que acreditam em nós.

O que você mais teme no momento?
O meu maior medo é que eles o torturem e o matem. E alegam que ele estava tão perturbado que cometeu o suicídio. E eles podem fazer isso.

O que motiva tudo isso?
O motivo de tudo isso é por que ganhamos um processo contra um general, que nos perseguia por conta de nossa vida. Assim começou tudo, em 2006. O Laci ficou doente, depois ele fez exames e disseram que ele estava apto, e depois como desertor. É pura retaliação.

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