O resultado de uma pesquisa sobre a família brasileira foi publicada ontem no jornal Folha de S. Paulo. Extensa, a matéria aborda como as famílias costumam reagir em situações diversas: filha grávida solteira, uso de drogas, aborto, furto dentro de casa, religião e claro, como não poderia deixar de ser, homossexualidade.
Dados da pesquisa revelam que 57% dos entrevistados acham muito grave o filho namorar com alguém do mesmo sexo. Quando o assunto é filha lésbica o índice cai para 55%. Muito de lamúrias e lamentações. Quiçá não. Mesmo com um índice acima de 50% os números em 1998, última vez em que pesquisa similar foi feita, eram respectivamente 77 e 74%.
Sim, pelo menos estatisticamente, em nove anos cresceu a aceitação a homossexuais. Em matéria publicada no caderno especial, grande parte desta aceitação foi devido a inclusão de personagens gays nas novelas.
O que de fato surpreende no levantamento nem é o aumento de tolerância no país, mas o fato de as pessoas não considerarem um problema ter um filho homossexual. Aos entrevistados é perguntado se ter um filho gay é um problema muito, mais ou menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema.
Participaram da amostragem 211 municípios de todas as regiões e 2.093 pessoas foram entrevistadas.
Essas mesmas pessoas opinaram sobre o que consideram moralmente aceitável ou errado. Para 49%, ter comportamento homossexual é moralmente errado. Assim como mentir para não magoar alguém (56%), pessoas casadas terem um caso (80%), beber em excesso (79%), sexo entre pessoas não casadas (38%) e fumar maconha (85%) e mentir ao declarar o Imposto de Renda (66%).