Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Segurança será reforçada na dispersão da Parada Gay de São Paulo

Aconteceu hoje, terça-feira (01/06), no Hotel 155, a coletiva de imprensa da 14ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. A grande surpresa do evento foi a maneira como ele se iniciou. Todas as luzes foram apagadas e um contador surgiu no telão. Quando o número 20 apareceu, começou a tocar a Marcha Fúnebre, de Chiquinha Gonzaga. A música terminou e os números continuaram até chegar ao 198, uma referência aos assassinatos de homossexuais em 2009.

Em seguida, foi exibido o vídeo do LGBTema, que este ano é interpretado pelo cantor Daniel Peixoto. O clipe foi produzido por Glauber Almeida e as imagens apresentadas eram da I Marcha Nacional contra a Homofobia, realizada em Brasília no dia 18 de maio.

O primeiro a falar foi Sergio Pereira, dono do Hotel 155. Em seu discurso, disse que é um "apoiador" da Parada Gay de São Paulo e que seus clientes e a comunidade gay querem apenas respeito. "Se perguntarem pra mim qual é a diferença do meu hotel para os outros, eu digo que não há nenhuma, apenas queremos respeito e dignidade. Não temos nada de diferente", disse.

O presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT), Alexandre dos Santos, o Xande, fez um discurso político e criticou a reportagem da revista Veja, em que jovens gays afirmavam não ter problemas quanto a sexualidade. "Recentemente uma revista de grande circulação afirmou que a luta pelos direitos gays não faz mais sentido, mas o números de assassinatos mostram o contrário", discursou.

Xande também criticou a sociedade atual, que ele classificou como "despolitizada". "No último Big Brother milhões de pessoas votaram para eleger um homofóbico em dois dias, o abaixo-assassinado para a aprovar o PLC 122 conseguiu pouco mais de 70 mil assinaturas em um ano". Por fim, questionou: "Você lembra em quem votou na última eleição?".

Segurança dobrada
Franco Reinaudo, responsável pela Coordenadoria dos Assuntos da Diversidade Sexual (Cads), ressaltou a ajuda financeira da Prefeitura de São Paulo. "Esse ano a gestão municipal dobrou a verba da Parada e destinou 1 milhão de reais", anunciou.

O gestor da Cads também revelou que haverá Telecentros na avenida Paulista para que as "pessoas possam fazer Boletim de Ocorrência na hora da Parada". Sobre os postos de atendimento, Reinaudo disse que serão sete. Para o lixo e recolhimento de bebidas ilegais estarão disponíveis 15 caçambas. Sobre os banheiros químicos, serão 900 no total, sendo que 70 serão destinados a pessoas com deficiências físicas.

A respeito da segurança, tema sempre polêmico, foi dito que 700 policiais da Guarda Civil Metropolitana irão participar da manifestação. Da Polícia Militar do Estado de São Paulo, um contingente de 1.200 PMs foram escalados para o evento.

A reportagem de A Capa perguntou ao Coronel da PM, Renato Cerqueira, como a polícia irá lidar com a dispersão da Parada, visto que no ano passado ocorreram várias agressões físicas e uma morte. Cerqueira disse que esse tema foi de "grande preocupação", tanto para a PM quanto para a APOGLBT. Portanto, este ano será montado um esquema especial para cuidar das regiões da Consolação, República e Vieira de Carvalho.

A ideia também será a de incentivar as pessoas a não ficarem paradas na rua e, sim, irem para bares e clubes da região. "Nós sabemos que quando as pessoas ficam nas ruas elas se tornam mais vulneráveis", reforçou Xande.  

Sobre os trios, estão confirmados 17 carros e o último terá que deixar a avenida Paulista às 16h. A respeito de patrocínios financeiros foram divulgados os seguintes números: R$ 780 mil foram levantados pela APOGLBT; R$ 620 mil vieram de patrocinadores e R$ 100 mil de parceiros.

Sair da versão mobile