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Sem carros alegóricos, Parada Gay de Londres fica mais política e completa 40 anos; veja fotos

A crise econômica chegou à Parada Gay de Londres. Com problemas de financiamento e fluxo de caixa, erros por parte dos organizadores e falta de um apoio mais efetivo da prefeitura e do Westminster City Council – o prefeito, Boris Johnson, do Partido Conservador, nem chegou a comparecer – , o banimento dos carros alegórios e de ônibus, estes importantes sobretudo para idosos e deficientes físicos, foi sentido pelos participantes.

No entanto, nem esses problemas e nem as pancadas de chuva que se fizeram sentir no último sabado (07) eclipsaram a festa.

Saindo da Londons Baker Street um pouco mais tarde do que o início previsto para a marcha, às 11h da manhã (horário local), e seguindo até o distrito de Whitehall, onde desde sexta (06) havia uma bandeira gay tremulando a pedido do vice-primeiro ministro Nick Clegg, a Parada foi liderada pelos Veteranos de 1972 para celebrar os 40 anos do evento – e terminou às 18h (horário local).

A ausência dos carros alegóricos também pareceu reforçar o aspecto político da manifestação, que, de qualquer forma, sempre foi um diferencial da parada londrina, apesar do clima de balada a céu aberto. Gritos como "Como estão os gays? Zangado!" e "Não estamos indo às compras" foram ouvidos ao longo da marcha.

Cerca de 27 shows foram realizados em um palco montado na Trafalgar Square, com direito a muita cerveja, mas o tom político não se perdeu. Cartazes, distribuição de livretos e frases de ordem como "Abaixo o preconceito" e "Algumas pessoas são gays: supere isso" foram uma constante.

Mesmo durante os shows, houve interrupções para lideranças gays fazerem discursos sobre igualdade de direitos entre homos e héteros, sempre ovacionadas na sequência.  

Apesar da ausência dos ônibus, a preocupação com a inclusão de deficientes físicos se manteve. Os cadeirantes ganharam um espaço privilegiado em frente ao palco, e os shows e discursos foram traduzidos por um intérprete de língua de sinais. Também houve protestos contra a crise econômica e os direitos das mulheres e foram acionados "homens-ambulância", que, trajados de verde e com mochilão de primeiros socorros, atendiam quem passava mal.

Políticos
"Os políticos às vezes nos cortejam, às vezes, não. Mas vamos continuar de qualquer jeito. Penso que esse é muito o espírito da parada original. Mostra que não dependemos de burocracias políticas", disse Angela Mason, ex-diretora da Stonewall e uma das veteranas de 1972.

Apesar da ausência notável do prefeito, outros políticos, porém, participaram do evento, como o parlamentar do Partido Trabalhista Chris Bryant; o candidato à prefeitura pelo Partido Democrata Liberal Brian Paddick; e Anna Grodzka, parlamentar transexual da Polônia.

O primeiro-ministro David Cameron, do Partido Conservador, enviou uma  mensagem aos participantes dizendo-se feliz que o prefeito tenha permitido a marcha e liberado os eventos na Trafalgar Square. "O Reino Unido tem sido considerado como o melhor país da Europa para se viver se você é gay. Então, é ótimo que este World Pride seja celebrado aqui em Londres, especialmente durante o Jubileu de Diamante [da rainha Elizabeth II] e no ano olímpico".

A Parada Gay de Londres é uma das maiores da Europa e costuma atrair cerca de 1 milhão de participante ao longo das sete horas do evento. Confira as fotos a manifestação.

(créditos: Andrew Cowie/AFP, AFP, Olivia Harris/Reuters, Stephen Gray/PinkNews, Terra, Carolina Capozzi/Terra e  Marcelo Pereira/Terra)
 

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