O 1º Seminário Nacional LGBTQIA+ de Fé foi realizado no início de fevereiro de 2025, reunindo representantes de 11 tradições religiosas, com o objetivo de debater e enfrentar a LGBTfobia e o crescimento dos fundamentalismos. A teóloga queer Ana Ester, que co-curou o evento, destacou a importância de um diálogo inter-religioso que acolha a diversidade sexual e de gênero, afirmando que “discursos de ódio negam a integralidade de LGBTs à experiência da fé”. Durante o seminário, foram abordados temas como a ética da diversidade, as terapias de reversão e a política de aproximação entre religiões e a comunidade LGBTQIA+.
Ana Ester enfatizou que o cristianismo tradicional é uma fonte de discursos que marginalizam a comunidade LGBTQIA+, e que é necessário criar espaços seguros para o diálogo e a inclusão. Ela também expressou preocupação com a ascensão de um conservadorismo religioso que ameaça os direitos da população LGBTQIA+ no Brasil, especialmente após a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o que pode incentivar a disseminação de mentiras e discursos de ódio.
Ao final do seminário, foi divulgada a Carta do Rio de Janeiro, um documento que visa incentivar políticas públicas de proteção à vida e aos direitos da comunidade LGBTQIA+. O evento contou com a presença de líderes de várias religiões, como o pastor evangélico Henrique Vieira e o babalorixá Rodney de Oxóssi, além de ativistas do movimento LGBTQIA+.
Ana Ester, em entrevista, ressaltou que é fundamental trabalhar com a esperança e a possibilidade de construir um mundo melhor, onde a fé possa ser uma força libertadora para todos. Ela acredita que a inclusão das questões de gênero e sexualidade nas discussões religiosas pode ajudar a combater o fundamentalismo e promover a cidadania religiosa para as pessoas LGBTQIA+.
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