A senadora Fátima Cleide (PT – RO), que é candidata a reeleição e relatora do PLC 122/2006 (projeto que visa criminalizar a homofobia), está sendo vítima de campanha homofóbica veiculada na internet. O fato se tornou público a partir de uma matéria publicada no site local "Tudo Rondônia".
Segundo a reportagem, um pastor, que se identifica como Alberto Thieme, envia e-mails com a frase "Não vote em Fátima Cleide para o senado". Além da chamada negativa, no conteúdo da mensagem há ofensas chamando a senadora de "víbora" e a acusam de fazer "maracutaias" para aprovar o PLC 122.
O suposto pastor afirma ainda que se Fátima Cleide se reeleger, ela vai "continuar lutando para aprovar o PLC 122", que, segundo Alberto, é a lei da "mordaça", retirarando o direito de livre expressão em que ninguém poderá falar mal dos homossexuais.
Após ter conhecimento das mensagens de cunho homofóbico e religioso, a reportagem do A Capa entrou em contato com a equipe de campanha da senadora e conversou com Caio Varela, assessor de Fátima para os assuntos ligados a questão dos Direitos Humanos. Segundo Varela, já eram esperadas este tipo de retaliação.
"Nós já esperávamos esse tipo de retaliação. A nossa a sociedade é preconceituosa, não é a toa que esse tema (gay) ainda causa muita discriminação", refletiu. O assessor também salienta que, segundo se tem noticia, trata-se de um "falso pastor" e que a ação dele pode estar ligada a opositores políticos. "Na medida em que a intenção de voto na Fátima Cleide cresce, os opositores começam a apelar ", afirma Caio.
Ainda sobre a possibilidade de uma ação política, Caio Varela questiona. "Por que, exatamente agora, eles voltam a falar do PLC 122?". O assessor faz questão de rebater as informações divulgadas pelo jornal rondoniense. "É preciso deixar claro que não se trata de mordaça e que o PLC 122 não é uma lei exclusiva para os LGBT, ela também atende a deficientes físicos e idosos".