O "beijaço" programado para este sábado (18) no Grand Plaza Shopping, em Santo André, esteve longe de atingir o esperado. A direção do shopping barrou a entrada dos manifestantes e impediu que eles repudiassem um ato considerado LGBTfóbico.
+ LGBT acusam seguranças de shopping de agressão por preconceito
No último dia 5, LGBT foram impedidos de entrar no espaço após a Parada do Orgulho LGBT de Santo André. Três pessoas – duas mulheres e um homem – afirmaram terem sido agredidos pelos seguranças após serem barrados e filmarem a ação.
Durante o beijaço – que ocorreu apenas nas grades do portão – a direção do shopping restringiu a saída a apenas clientes, a entrada foi duramente monitorada e veículos não tiveram permissão para acessar o estacionamento. Não houve confrontos entre manifestantes e agentes de segurança.
Com hematomas e olhos roxos, a turismóloga Marcela Correira da Silva, de 33 anos, chorou ao rever o local da agressão. "É uma revolta muito grande que sinto dentro de mim. Quando me agrediram também agrediram a minha família. É algo que não se esquece tão fácil. Fui ferida e não havia cometido nenhum ato para merecer isso", declarou ao ABCD Maior.
+ Jornalista de "O Globo" recebe envelope sendo identificado como "gay"
A presidente da Associação de Unificação Nacional dos Gestores de Segurança, Eli Pereira, criticou os funcionários do shopping que agrediu os LGBT. "O que vocês estão fazendo? Vocês não tiveram aula de ação humanizada durante a capacitação?".
(foto: Edu Guimarães / ABCD Maior)
Após receber as acusações, o A CAPA entrou em contato com a assessoria do shopping, que disse que impediu a entrada dos manifestantes da Parada porque havia uma confusão do lado de fora do estabelecimento. Mas não comentou as acusações de agressão dos seguranças.
O presidente da ABCD'S, Marcelo Gil, declara que a confusão ocorreu porque a Polícia Militar dispersou os manifestantes com truculência uma hora antes do combinado.