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Silvetty Montilla é discriminada em cafeteria no centro de SP

Silvetty Montilla, rainha da noite gay paulistana, passou por um momento constrangedor na noite desta segunda-feira (17/08) em uma cafeteria localizada na avenida Vieira de Carvalho, centro de São Paulo.

Na versão de Silvetty, ela e um amigo tomavam um café na Empadaria da Vovó, quando convidaram um conhecido para entrar no estabelecimento. Segundo a transformista, após cumprimentá-lo com "um simples selinho", a gerente Maria Helena gritou do balcão, dizendo que beijos entre dois homens não eram permitidos no local.

Constrangido, o rapaz foi embora da cafeteria e Silvetty questionou a gerente, perguntando se um casal hétero seria proibido de fazer o mesmo. Maria Helena teria dito que lá ela respeitava suas "próprias leis". "Fazia tempo que não ia lá. Achei a atitude dessa senhora extremamente desagradável, e ela foi preconceituosa sim, dizendo que iríamos provocar constrangimento nos outros clientes do local", contou Silvetty. "Mas não havia mais ninguém lá, além da própria gerente e dos funcionários."

Silvetty contou que costuma respeitar as regras de qualquer espaço, inclusive não manifestando explicitamente gestos de carinho. "Eu acho que não podemos exagerar, mas ontem o que aconteceu foi um simples cumprimento", disse.

Mais tarde, em um show no bar Queen, que fica próximo ao local, a transformista contou sobre o ocorrido à plateia, que, segundo ela, teria ficado revoltada com a história e ameaçado inclusive um beijaço. "Fiquei bastante chateada. Só posso dizer que nunca mais volto lá", admitiu.

O outro lado
A reportagem do site A Capa conversou na tarde de hoje com a gerente Maria Helena para ouvir sua versão dos fatos.

De acordo com Maria Helena, Silvetty e seu amigo não deram um selinho, mas um beijo, o que segundo ela não é uma atitude permitida em seu estabelecimento. "Não tenho nada contra os homossexuais, mas aqui não é uma boate ou um bar, prezamos por um ambiente saudável", disse.

Para a gerente da Empadaria da Vovó, o mesmo teria acontecido se um casal heterossexual resolvesse "exagerar nos carinhos". "Isso poderia ter acontecido entre um homem e uma mulher", defendeu. "O beijo foi dado de forma grosseira, e isso eu não posso permitir aqui."

Questionada se conhecia Silvetty Montilla e se o fato poderia prejudicar o movimento em sua cafeteria, Maria Helena respondeu que o "mesmo tratamento é dispensado a todos, sem distinção".

Sobre um possível beijaço, a gerente opinou que não tem "nenhum poder". "Por mim, eles [o público gay] podem vir. Não tenho nenhum poder. Quem sou eu?", disse. "Mas acho que há lugar para tudo e o seu direito termina onde começa o do outro."

Para Maria Helena, quem está agindo de forma preconceituosa são os envolvidos. "Eles estão se achando os donos da verdade", concluiu.

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