Ando pensando muito no tempo, em como pretendo envelhecer, no que quero para mim nos próximos 10, 20 anos. Ouço com frequência gente reclamar que não tem tempo para nada, que não consegue se organizar dentro das 24 horas do dia. O problema é que nós desafiamos o tempo e esperamos muito dele.
É inútil lutar contras as horas, minutos e segundos. O jeito é aproveitá-los intensamente, com simplicidade e paciência. Ontem fiz minha primeira aula de yoga e gostei muitíssimo da experiência. Ao contrário do ambiente opressor das academias, essa prática respeita seus limites e ajuda na consciência plena do corpo.
E, olha, se tem uma coisa que o tempo, implacável, me fez perceber é que o corpo acumula todas as tensões e as guarda como o cérebro armazena um dado qualquer. Mas ter essa percepção é estimulante – eu não posso simplesmente culpar o tempo por negligenciar o meu próprio corpo ao longo de todos esses anos.
Termino este post com uma frase de um dos meus escritores preferidos, o gaúcho Caio Fernando Abreu, que diz sobre o tempo:
"Eu acredito. Acredito no tempo. O tempo é nosso amigo, nosso aliado, não o inimigo que traz as rugas e a morte. O tempo é que mostra o que realmente valeu a pena, o tempo nos ensina a esperar, o tempo apaga o efêmero e acaba com a dúvida."
