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“Sou inocente, não cometi crime”, diz ex-PM acusado de ser o “maniaco do arco-íris”

Acusado de matar 13 homossexuais no Parque dos Paturis, em Carapicuíba, o sargento reformado Jairo de Francisco Franco declarou em entrevista exclusiva ao jornal Diário de São Paulo, do último domingo (18/01), ser inocente. O ex-PM acredita que está sendo vítima de vingança por outros policias civis com quem teve problemas no passado.

Alegando que tais acusações não são verdadeiras e que nada tem "a ver com esses crimes", o PM aposentado, que passou 30 dias no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte, disse que nunca esteve no Parque dos Paturis. "Por diversas vezes passei na frente do parque. Mas nunca visitei, freqüentei, nem andei por ali. Nunca".

Indagado pelo repórter Thiago Dantas de que as testemunhas o reconheceram, Jairo diz crer que "elas se enganaram", mas não descarta a possibilidade de as testemunhas estarem mentindo. "O suspeito do crime é negro. E eu era o único negro na fila de reconhecimento. Fui colocado ao lado de um cara bem mais velho que eu, com o cabelo grisalho e a pele branca. O outra era jovem, atlético, alto e branco. E um outro também era da cor branca. A testemunha pode ter sido induzida a me reconhecer."

Acusado de matar também uma travesti (Pâmela, de 27 anos), em Osasco, o PM afirma que "nada tem a ver com isso. Acredito que está ocorrendo um equívoco. Prefiro acreditar que seja um equívoco a uma armação".

Ao ser questionado se já manteve relações homossexuais, Jairo foi enfático em dizer que é heterossexual. "Tenho uma relação estável com minha noiva. Já fui casado, tenho duas filhas adultas", contou. 

Sobre ser homofóbico, o PM diz que "gostaria que ficasse bem claro: não tenho nada a ver com a maneira como as pessoas vivem suas vidas. Se for uma pessoa que está em dificuldade ou está em dúvida e vier me procurar, vou orientá-la dentro do ensinamento que recebi da minha família e do que fala a igreja evangélica, que eu freqüento."

Tratado pela imprensa como maníaco, Jairo disse que já foi "julgado, condenado e linchado". Perdi a casa que havia acabado de alugar. Quando minha noiva foi fazer o pagamento, a dona da casa solicitou a ela que entregasse a casa. Por causa destes problemas que estavam ocorrendo, a pessoa não estava se sentido à vontade em me ter [sic] morando na residência deles."

No final da entrevista, Jairo faz questão de frisar que é inocente e que não cometeu crime nenhum. "Sei que fica difícil para quem está acompanhando pelo jornal acreditar na minha versão. Não estou insinuando que está todo mundo contra mim, mas eu sou inocente, não cometi crime. Fiquei 20 anos trabalhando na PM tentando coibir esse tipo de coisa. E é uma situação que me entristece ser apontando com um criminoso.

Jairo está em liberdade desde o dia 9 de janeiro, e aguarda ser chamado para depor no Fórum de Carapicuíba.

Versão da Polícia

Os delegados Paulo Fernando Fortunato e Marcelo José do Prado, da Seccional de Carapicuíba, afirmaram ao jornal Diário de São Paulo não terem dúvidas de que Jairo Francisco Franco matou um homem às 19h50, no dia 19 de agosto de 2008 dentro do Parque Paturis.

Sobre o caso da travesti morta em Osasco, os investigadores da Delegacia de Homicídios disseram ter indícios fortes da participação de Jairo no crime, que ocorreu no dia 19 de outubro.

"Temos provas da homossexualidade dele, temos uma testemunha ocular do crime e provas de que ele freqüentava o parque", afirma o delegado Marcelo.

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