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Sou lésbica?

Quando a vi pela primeira vez estava em uma festa. No instante em que coloquei os olhos naquela garota eu já sabia que não seria fácil esquecê-la, eu tentava de todas as formas me distrair, mas meus pensamentos insistiam em buscá-la.

Só pra deixar bem claro: eu não gosto de mulheres, tá? Ela só era… Linda de morrer. Digo, atraente.

Ela era perfeita, rosto delicado, lábios médios, pele branca, cabelos claros, olhos verdes, e que olhos viu… Nariz perfeito, enfim, uma garota linda. Retomei os sentidos e resolvi não olhar mais, as pessoas poderiam perceber, era impossível não admirar tal criatura, ela realmente havia me deixado, digamos, enfeitiçada. Chegando a hora fui embora pra casa, sempre pensando nela, e isso durou uma semana até que eu a esquecesse de vez. Pelo menos eu achava.

Ainda não gosto de mulheres… Que isso fique bem claro.

Três semanas depois, minhas amigas insistiram para que eu fosse ao aniversário da Carla, meio desanimada aceitei o convite, peguei carona com as meninas e fomos ao aniversário. Chegando no apê da Carla, cumprimentei todos de uma forma geral tipo “e aí gente”. Eu não conhecia metade das pessoas que ali estavam, mas tudo bem, eu queria me divertir pelo menos uma vez. Ah… Vocês devem estar se perguntando: E aí? Ela estava lá? Sim! Ali no fundo da sala escura lá estava ela, linda e com o sorriso maravilhoso, quase caí ali mesmo, minhas pernas tremeram, eu não sabia se eu ia embora ou se ficava.

– Oi!

Juro que naquele instante achei que fosse desmaiar de verdade, mas me contive e correspondi com um “oi, e aí, como vai?”, fugi para a mesa dos frios e lá fiquei… Ótima tática pra fugir, né? Na verdade não, as pessoas achariam que eu era uma gulosa devorando a comida. Peguei algumas coisinhas para beliscar, mentira, na verdade eu literalmente devorei quase tudo, eu tava nervosa. Me sentei numa cadeira próxima à mesa e continuei comendo, as meninas ficavam tirando foto e foi quando eu ouvi:

– Larissa, vem tirar foto com a gente…

E ela então apareceu… Visão dos deuses, e agora tudo parecia estar em câmera lenta… Exagero? Nada… Enfim, agora soube o seu nome.

Comecei a reparar na sua roupa, porque antes nem havia tido tempo nem estabilidade emocional para isso. Ela usava um vestido verde até a metade da coxa e um cinto preto na cintura só pra marcar o corpo, uma parte do vestindo caindo no ombro esquerdo, dando aquele charme, sabe? Quando ela sorriu para a foto e olhou pra mim eu tive vontade de morrer! Sabia que ela havia percebido meus olhos fixos nas pernas dela. Mas dei um jeito de disfarçar e fui até a mesa de frios comer mais um pouco… Calma gente, eu não sou nenhuma comilona, mas não tive outra opção. Depois do fatídico momento OLHANDO-DISCARADAMENTE-PARA-AS-PERNAS-DELA, nossos olhares se cruzaram de minuto em minuto. Eu? Tava adorando, né?

Sinceramente não sei o que aconteceu comigo. Álcool? Sei lá, mas eu tava louca, era a única explicação, eu tava devorando, aliás, OLHANDO, só olhando as pernas da garota… O que há de mal nisso? Parem… Eu não gosto de mulheres e se continuarem pensando que gosto, eu paro de contar a história… Isso! Melhor ficarem quietas mesmo.

Depois dos parabéns, fomos para a sala conversar um pouco. Depois de algumas bocejadas da aniversariante, todos desconfiaram e começaram a arrumar as coisas, lavar as louças, enfim… Fim de festa.

– Carla, eu vou indo… Vou pegar minha bolsa no seu quarto!

– Ok! Obrigada pela presença, foi muito legal você ter vindo.

Fui até o quarto pegar a bolsa e quando estou saindo do quarto topo com quem? Adivinhem… Sim! Ela em todo seu esplendor. Exagero? Não, a garota era uma deusa mesmo.

– Já vai?

– Sim. – Respondi meio rubra… Eu disse meio? Completamente rubra.

Ela chegou mais perto e eu fui me afastando…

– Você tá legal? Parece nervosa… – Ela era cínica também, mas a cínica mais linda do mundo…

Se aproximou ainda mais de mim e eu me afastei até bater as costas na parede. Ela apoiou as mãos na parede me cercando com os braços…

– Tem certeza que tá tudo bem? – Como ela conseguia ser tão… Impressão minha ou ela tava… Me cantando?

– Sim…es…tou be…em! – Diante da constatação óbvia, o que eu podia fazer? Gaguejar era tudo o que eu conseguia.

– Eu só vou tirar essa sujeirinha da sua blusa. – Disse se aproximando… Será que era mesmo necessária tanta proximidade? Se era ou não, sei lá… Eu estava adorando… Não, aliás, tava frio, né, calor humano é sempre benvindo.

Ela se aproximou mais do meu corpo e eu pude sentir o seu calor… Ela colou a boca na minha orelha esquerda e eu comecei a estremecer, cochichou bem baixinho no meu ouvido…

– Você é linda, sabia? – Ai, que abusada.

Beijou meu rosto delicadamente e passou da esquerda para a direita passando bem perto dos meus lábios que se encostaram aos dela e eu não sentia minhas pernas. Beijou mais uma vez delicadamente meu rosto e sussurrou novamente:

– Quero provar o seu beijo, posso? – O quê? Beijo?

Eu quis fugir, quis sair dali o mais rápido possível, mas não pude mover um só dedo, só respondi positivamente com a cabeça.

– Então inventa uma história pra Carla e diz que tem que dormir aqui. – Ela tava louca? Recuperei meus sentidos e disse:

– Você tá louca!

– Você quer ou não quer um beijo?

Afinal, eu queria mesmo o beijo? Claro que eu queria, né? Hey, parem com isso, é só experiência…

Respondi que sim.

– Então faça o que eu te falei. – Que mandona…

Não estava entendendo o que ela estava fazendo, mas eu concordei, ela saiu dali e foi se despedir de algumas pessoas… Fui até a cozinha.

A Carla estava lá. Minhas mãos soavam, talvez por medo dela desconfiar… Qual o meu problema? Será que eu tava delirando? Eu estava com medo da Cá descobrir e não de beijar uma garota?

– Carla, eu esqueci minhas chaves de casa, e não quero acordar meus pais, posso dormir aqui? – Ufa, consegui dizer tudo de uma só vez.

– Não esquenta, tá tudo bem. O quarto é logo ali, vou pegar um lençol. – Uau, ela engoliu a história… Eu tava radiante… Feliz… Completamente abobada… Por causa de uma garota… Peraí… Eu falei direito? Por causa de uma garota? Aiaiaiaia.

No quarto fiquei sentada na cama lendo um livro, estava esperando por ela, mas ela estava demorando demais. Fiquei muito tempo ali esperando. Morrendo de raiva! Como ela combina algo assim e não comparece? Desliguei a luz do quarto e, quando ia me deitar, ela abre a porta e entra…

– Demorei? – Eu poderia proferir palavrões, mas diante daquela visão não consegui dizer nada.

Ela se sentou na cama do meu lado e me olhou fundo nos olhos. Palavras naquele momento eram desnecessárias, afinal, sabíamos bem porque estávamos ali. Percebi seu rosto se aproximar lentamente do meu, o beijo se fez delicado, carinhoso… Tão profundo que pude viajar no céu da sua boca. Como descrever aquele momento? Não sei… Era doce, molhado, macio e muito quente, senti um calor subir pelas minhas pernas quando ela chupou minha língua com desejo, mordeu meu lábio inferior me fazendo estremecer de desejo… Que mulher era aquela, gente? Não sei dizer, mas eu tava completamente extasiada.

Resolvi me soltar, afaguei seus cabelos na altura da nuca, a pele dela era quente e macia e suave… Meu desejo era beijá-la inteira, sentir seu cheiro, seu gosto… Então ousei mais, desci a boca até seu pescoço, mordi com carinho… Ouvi um gemido, não sei se veio dela ou de mim, naquele instante nem sabia mais o que eu estava fazendo… Mordisquei seu pescoço e a cada mordida um gemido delicioso. Desafivelei o cinto e joguei longe, eu a queria inteira…

Queria setir seu corpo, seu calor. Apertei sua coxa esquerda e subi o vestido colocando a mão nas suas costas, minhas mãos tremiam e pude sentir com a palma da mão sua pele arrepiada… Nossa, se eu estava seguindo o instinto naquela hora, meu Deus, provavelmente em outras vidas eu fui lésbica, não estava acreditando no que estava fazendo. Subi o vestido e ela estava ali, seminua na minha frente, havia pouca luz, mas eu pude admirar seus seios médios e brancos, acariciei-os com muito carinho, passando a mão de leve sobre o biquinho rijo, beijei seu pescoço e sussurrei.

– Você tá gostando? – Nossa, provavelmente ela deve ter me achado uma “virgem”.

Ela respondeu com um gemido e um leve movimento de cabeça.

– Então me mostra o quanto me quer. – “Então me mostra o quanto me quer?” Definitivamente eu tava me superando.

Ela se levantou, tirou o vestido e ficou parada na minha frente… Nunca em toda minha curta existência, que se resumia em dezenove anos, eu havia visto criatura mais bela. Segurei-a pela cintura e beijei seus seios, fazendo movimentos circulares com a língua, sugando e me deliciando naqueles montes brancos… Ela gemia como uma louca. Me empurrou na cama e se sentou sobre mim, se esfregando, me beijando e roçando os seios nos meus ainda vestidos. Tirei meu vestido e nossos seios se roçaram me fazendo pulsar de tesão… Um beijo agora se fez ainda mais intenso interrompido para um leve sussurro…

– Eu sonho com isso todas as noites desde que te vi na faculdade. – Eu tava sonhando, ou ela sempre esteve a fim de mim?

Fiquei surpresa no momento, mas eu me deixei levar pelo prazer…

Abracei-a bem forte, foi gostoso demais sentir seu corpo contra o meu… Garanto meninas, a sensação é M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A.

Ela se sentou sobre meu sexo, começou a beijar meu pescoço, me deixando completamente seduzida… Devorou minha boca com a sua, lambeu meu pescoço, minha orelha… Desceu a boca até os seios e sugou-os. Eu fui ao delírio, nunca achei que pudesse sentir tanto prazer, me contorci e ela sussurrou com aquela voz rouca de desejo…

– Tá gostando, gostosa?

Uau… Que loucura…

– Sim, estou. – Minha voz era falha e denunciava meu estado de êxtase.

Se colocou entre minhas pernas afastando-as, me tocou com a ponta dos dedos enfiando-os pela lateral da calcinha e, quando pensei que não poderia ficar melhor…

– Oh, meu Deus… – Não consegui conter o grito abafado por seus lábios quando ela me penetrou com dois dedos.

– Geme pra mim, geme…

Gemi baixinho… Estava com vergonha, poxa… Tá, eu sei que sentir vergonha nessa hora era o de menos, mas… Bom, eu tinha que manter a dignidade, né?

Aumentou a velocidade das estocadas me penetrando freneticamente.

– Geme pra mim gostosa…

Agora eu já estava soltinha e gemia feito uma louca, estava me levando ao delírio e, quando eu senti meu orgasmo próximo, ela parou, tirou minha calcinha e começou a me chupar, me lamber e me comer com a língua, me penetrando. Meus olhos reviravam…

– Eu vou gozar… – Arrisquei dizer.

– Segura só um pouquinho, vai? – Pediu sedutoramente, olhando em meus olhos com aquela cara devassa que me enlouquecia.

Prendeu meu clitóris entre os dentes chupando cada vez mais forte enquanto me penetrava. Eu gritei desesperadamente.

– Calma, assim você vai acordar todo mundo sua doida – Me repreendeu tapando minha boca e sorrindo divertida.

Continuou a me chupar e eu segurando meus gemidos, enterrando meus dedos em seus cabelos até que não pude mais…

– Eu não consigo mais. – Estava no meu limite.

– Goza na minha boca então gostosa! – Ela me pediu.

Gozei demoradamente como nunca havia gozado em minha vida… Ela sugou, se lambuzou e limpou todo o meu líquido quente que saía de dentro de mim.

– Sente o seu gosto agora. – Me beijou. – Tá vendo como é delicioso?

Realmente era um gosto diferente e saboroso, eu quis devolver todo o prazer que ela me deu…

– Agora é minha vez deixa eu te provar. – Pedi quase suplicando, sentindo reascender o desejo.

– Outro dia, tenho que ir…

Segurei-a pelo braço suplicando que ficasse com um olhar, mas tive em resposta apenas um beijo demorado e delicioso, se vestiu e me deixou ali, sem nenhum ressentimento. Garota malvada! Abri um sorriso de satisfação e toquei meus lábios com a ponta dos dedos ainda sentindo meus lábios queimarem.

No outro dia no café da manhã, sentadas à mesa, estávamos eu, Larissa e Carla.

– A noite foi boa ontem, heim! – Carla disse olhando para Larissa.

Como eu fiquei? Poxa… Toda vermelha, né?

O irmão da Carla então se sentou conosco e deu um beijo em Larissa… Beijo não! Gente, aquilo foi um beijasso…

– É, realmente, foi muito boa, não é minha gata? – Respondeu o tipinho…

Ela olhou pra mim preocupada… Disfarcei ao máximo, mas no fundo estava morrendo de ciúmes… Não acreditei que aquela safada havia me trocado por um garoto qualquer! Afe! Tá bom, ele era muito gatinho, mas… aiaiaiai, essa eu perdi!

Completamente frustrada, terminei o café e fui tomar um banho pra voltar à vida real. Durante o banho, revivi em pensamentos os acontecimentos da noite passada, meu corpo inteiro se acendeu…

“Melhor esquecer essa garota”, pensei enquanto me enxugava. Saí do banho e vi um papel sobre a cama que testemunhou minha maior loucura. Um bilhete escrito a caneta:

AMANHÃ ÀS 22H
RUA 153
ED. CLAIRE DE LUNE
APT. 504
VOU TE ESPERAR.

BEIJOS

LARISSA.

Se eu gosto de mulheres? Bom, ainda não sei… Talvez eu ainda deva tirar essa dúvida com ela… Ah, mas desta vez ela não me escapa, gente.

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