Está sendo organizado no Facebook um boicote à região dos clubes e bares da Rua Augusta em Sâo Paulo. A ideia é que os freqüentadores do espaço deixem de freqüentar os estabelecimentos da região por 30 dias, a partir da meia-noite dessa sexta (26) até o dia 26 de dezembro.
O boicote foi idealizado como uma forma de protesto aos constantes ataques homofóbicos que tem ocorrido na região. Os idealizadores citam o descaso da polícia, que não aumenta o efetivo na região, e o próprio empresariado, que faz vista grossa as agressões ocorridas nas portas dos seus estabelecimentos.
"O objetivo é fazer o empresariado sentir no bolso a falta de clientes gays ou não, vítimas desses crimes direta ou indiretamente, e instigá-los a reclamar e cobrar uma postura séria e efetiva do poder público e da polícia militar", diz o comunicado na página do boicote no Facebook, que define a Rua Augusta como "terra de ninguém".
O fato é que os crimes de violência na região ocorrem num período de tempo cada vez menor, com mais de um caso por semana. "Como as vítimas e os algozes são seus clientes, eles têm responsabilidade moral de se manifestarem cobrando mais segurança e evitarem a degradação do local", completa o comunicado.
No último sábado (19) um jovem de 21 anos sofreu três fraturas em ossos da face e ficou com um coágulo no cérebro ao ser agredido por um grupo de pelo menos dez pessoas. A agressão ocorreu em frente a um bar localizado na esquina das ruas Augusta e Fernando de Albuquerque. O irmão dele, de 24 anos, e um amigo de 24 anos que é gay, também foram agredidos pelo grupo.
"Estávamos abraçados como costumamos fazer algumas vezes quando conversamos. Inclusive ele estava triste porque havia reencontrado uma ex-namorada. Com certeza, eles acharam que nós éramos gays. O meu amigo não é gay; eu sou. Namoro com o irmão deles há quatro anos", contou uma das vítimas.
Acesse a página do boicote no Facebook AQUI.
