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Stephen Geoffreys: De ator promissor em Hollywood a astro pornô gay decadente

Stephen Geoffreys ficou relativamente conhecido na década de 80, por ter atuado em alguns filmes de bastante sucesso comercial da época, principalmente entre o público jovem. Estrelou a comédia picante "Quando a Turma Sai de Férias", atuou em "Somos Todos Católicos", e deixou sua marca inesquecível em "A Hora do Espanto", de 1985.

Interpretando o irônico Ed Evil, que se transforma em diabólico vampiro ao ser mordido pelo personagem de Chris Sarandon – numa cena antológica e recheada de significados gays -, Stephen virou ícone cult daquela década.

Mas curiosamente sua carreira seguiu outro caminho. Na década de 90, ele migrou para o mercado pornô gay e atuou em mais de vinte fitas do gênero, sob o pseudônimo de Sam Ritter. Também assinou como Stephen Bordeaux.

O fato passou despercebido de início, já que Stephen/Sam estava com um visual bastante diferente: malhado, calvo e com um aspecto distante do look teen-mignom que mostrou nos filmes de Hollywood.

Ele é talvez o único exemplo de um ator com respaldo de crítica – foi indicado ao prêmio Tony e ganhou o Theatre World Award em 1984 pela peça "A Comédia Humana" – que trabalhou na indústria pornô, e gay principalmente.

Somente nos últimos anos, com a força da internet, é que a situação passou a ser assunto. Fãs do ator e viciados em "A Hora do Espanto" passaram a debater o caso no Orkut, em blogs, flogs e afins, perguntando-se o porquê dessa carreira paralela.

Muito se falou sobre isso, e boatos pipocaram: de que ele era viciado em sexo, de que estava afundado nas drogas, de que era HIV positivo… enfim, as histórias de sempre. "Sex on the Beach" (94), "Mechanics by Day, Lube Job by Night (95), "Leather After Midnight" (96), "Transexual Prostitutes 2" (97) e "Black Men, White Men" (97) foram algumas das produções onde ele atuou, geralmente na posição de passivo.

Mas o tempo passou e Sam decaiu, inclusive no aspecto físico, ganhando uma aparência um tanto decadente. Ele tentou então retornar para o mercado não-pornô. Em 2007, participou do filme de terror "Sick Girl". Em 2009, mais horrores: "New Terminal Hotel" e "The Diary of Randy Rose". Em 2010, "Emerging Past".

Ironicamente, em "New…" ele contracenou com outro ex-ídolo teen dos 80, o hoje falecido Corey Haim, que estrelara "Garotos Perdidos" em 1987 – também exemplar da onda de filmes jovens e pop sobre vampiros da época, assim como "A Hora do Espanto".

Hoje, aos 45 anos, Stephen Geoffreys tenta se reafirmar na indústria, mas a princípio só consegue papéis B em produções de terror Z – provavelmente graças ao prestígio de seu mais famoso personagem. Ele também costuma aparecer em congressos e reuniões de fãs de "A Hora do Espanto", onde posa para fotos com o público e fala sobre o clássico filme. O passado, no caso dele, infelizmente condena. Uma pena, pois Stephen Geoffreys, apesar das poucas chances, nos anos 80 mostrou que era um dos mais promissores atores de sua geração.

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