O professor universitário Luís Augusto Antunes, de 31 anos recebeu um mandado de prisão preventiva última sexta-feira (28) pela suspeita de assassinar a travesti Makelly Castro, de 24 anos.
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O corpo dela, que trabalhava como garota de programa, foi encontrado no dia 18 de agosto do último ano, no Piauí, com sinais de asfixia.
Para a investigação, o delegado Francisco Costa revelou que a Polícia Civil analisou imagens do carro utilizado pelo suspeito, depoimento de travestis que trabalhavam no mesmo ponto de prostituição de Makelly e o depoimento de outra travesti, que chegou a escapar de uma tentativa de assassinato.
"As travestis relataram que viram com Makelly saiu na noite anterior ao homicídio. A travesti que conseguiu escapar, assim que soube da morte de Makelly foi a delegacia e contou que tinha sido vítima do mesmo agressor, que teria tentado matá-la por asfixia. Após o crime, esse mesmo suspeito teria ido à rua 24 de janeiro para tentar sair com outra travesti, mas com medo, ninguém foi", revela ao site local Cidade Verde.
Um fato chamou atenção da polícia. O professor fazia várias postagens de repúdio à LGBTfobia e até comentou sobre a morte da travesti no Facebook. "Indignação e falta de respeito por parte da segurança pública", escreveu. Em uma foto, ele aparece segurando um cartaz convidando para uma manifestação contra a homofobia no dia 25 de agosto do ano passado.
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Joseane Borges, coordenadora de Enfrentamento à Homofobia da Sasc, declara que a prisão do professor surpreendeu a todos do movimento LGBT. "A gente o via como um amigo de política, que estava reivindicando e lutando pelos direitos humanos em sua rede social. Ele levantada a bandeira a favor das minorias e isso nos leva a refletir quem está verdadeiramente do nosso lado, se é um amigo ou inimigo", declarou.
O advogado de Luís, Ednaldo Cerqueira declara que a prisão foi uma "pirotecnia policial" e que o juiz foi induzido ao erro. "Devemos lembrar que estamos n semana da diversidade e a polícia precisava dar uma satisfação. As razões foram fantasiosas e levaram o juiz e o promotor ao erro, já que a única prova que eles têm é um pálio vermelho e quantos carros desses não temos em Teresina? A placa pode ser clonada também".