Em um momento de grande tensão para a comunidade LGBT no Oriente, o Taiwan, como um sopro de esperança, mostrou esta semana que ainda há luz no fim do túnel. Após mais de 30 anos de luta na Justiça pelo direito de se casar com o homem que ama, o ativista LGBT e precursor do movimento no país asiático, Chi Chia-Wei, finalmente terá o direito de unir os laços com seu amado. Isso graças a uma decisão do Tribunal Constitucional de Taiwan que, em parecer inédito, deliberou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, na manha de quarta-feira 24. Eram necessários 10 votos a favor, entre os 14 magistrados que votaram. Apenas dois se posicionaram contrários à proposta. Agora, com essa decisão, o Parlamento tem dois anos para alterar a Constituição ou aprovar novas leis que reconheçam a união homoafetiva em todo o território taiwanês. Se dentro desse período, o Parlamento não obedecer o que foi proposto pelo Tribunal, casais homossexuais estarão livres para comparecer diante das autoridades civis e concretizar o matrimônio. Em seu parecer, o Tribunal constatou que as atuais leis existentes sobre matrimônio no país violam “tanto a liberdade das pessoas ao casamento como o direito à igualdade”. “Pessoas solteiras devem ter a liberdade de casamento, que incluí a liberdade de decidir se querem casar e com quem casar. Essa autonomia de escolha é fundamental para o desenvolvimento saudável da personalidade e para salvaguardar a dignidade humana”, lê-se no comunicado. À agência AFP, Chi Chia-Wei, que segundo informações não conteve as lágrimas quando o resultado foi lido, disse: “Estou saltando de alegria como um pássaro. Agora só espero que o Parlamento dê prioridade a este assunto e não o arraste durante anos”. INTOLERÂNCIA O continente asiático tem se mostrado um dos mais intolerantes à comunidade LGBT, com perseguição e cenas de humilhação pública à essas pessoas que arremetem à Idade Média. Na Indonésia, embora a homossexualidade não seja considerada crime, homens homossexuais são cassados e, se apanhados em atos sexuais com outros homens, são condenados a chibatadas em praça pública, ou são condenados à prisão.