A atriz Tatá Werneck foi criticada por membros da comunidade LGBT após lançar a música "Travesti de Fogo", num projeto musical com a Banda Renatinho. A letra foi considerada transfóbica.
+ Casal gay tem nome conta do wi-fi mudada para "viadão" por técnico
Nela, Tatá canta: "Às vezes tenho medo de travesti. Rosto feminino e masculino ao mesmo tempo (…) Travestis carregam navalhas na bolsa e matam pessoas mil".
A página da banda recebeu inúmeras críticas: "Fazer piada com a opressão dos outros é, além de humor fraco, uma atitude de precoconceito", "Poxa, Tatá, gosto tanto de você e você dá uma pisada na bola dessas?", "Você acha graça na transfobia?".
Na manhã de domingo (20), Tatá pediu desculpas: "O Brasil é o país que mais mata travestis no mundo. Dizem que a média de vida não chega a 30 anos. Desde ontem, recebo críticas e ameaças por conta de uma música da @bandarenatinho. Na verdade queríamos com a música dizer que ter medo de travestis é totalmente infundado, absurdo e inadmissível. Algumas pessoas nem leram até o final. E achávamos que através do humor nossa crítica seria clara. Mas se não fomos entendidos, Lamento muito. Não quis ofender as travestis e, por isso, peço desculpas".
Tatá declarou que, por saber que a população é extremamente vulnerável, coloca-se à disposição para ajudar na luta contra a transfobia. "Sei que esta é ainda uma população que sofre preconceito, discriminação e falta de políticas públicas. As situações de violência física e emocional a que estão submetidas são inúmeras… Quero transformar as críticas que recebi em uma oportunidade para chamar a atenção do caminho que ainda temos que construir para que as travestis tenham os seus direitos respeitados. Contem comigo", declarou Tatá.
+ Ministério da Educação orienta que escolas respeitem alunos trans
A banda, que é formada por Maurício Meirelles, Murilo Couto, Marco Gonçalves e Nil Agra, também emitiu uma nota pedindo desculpas: "A intenção é sempre divertir. E no caso dessa canção, havia também o intuito expor o nosso repúdio ao preconceito e à discriminação para com as travestis. Fizemos a crítica jogando luz num suposto medo – absurdo e sem fundamento – de travestis, algo que não reflete a nossa opinião, por isso nos sentimos a vontade pra criticar brincando. Não julgamos ter cometido erro algum, já que a intenção era repudiar uma mazela. Fomos mal interpretados. Fizemos do nosso jeito: com humor. Porém, se a semântica da nossa arte, que tinha o primordial objetivo de atender ao propósito de toda piada, que é fazer rir, e a nossa crítica a esse preconceito sem sentido acabou por causar desconforto e mal estar, pedimos desculpas. Pedimos desculpas pelo fato de ser a transfobia um crime (embora não tenhamos cometido), além de ser algo abominável. Crescendo sempre. Menos a Tatá. (Estamos falando de estatura, ô!). Roques mil!"