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Taxi do preconceito

Pegamos um taxi com um senhor que logo já afirmou fazer 74 anos, ter nascido nesta rua, enquanto passava na Rua Bela Cintra. A intenção era puxar papo, e conseguiu.

Contou enquanto passava pelo centro da cidade, ao ver várias travestis e vários garotos de programa se prostituindo:

– Ontem dois homens de 70 anos estavam se beijando na boca e eram homens velhos!

Meu amigo ficou dizendo, que bom que com essa idade ainda estão namorando, ter alguém com essa idade deve ser muito bom, se é da mesma idade, pelo menos não é por interesse, não está esperando herança, que bom.  O Sr. disse:

– Mas com homem?

– Nós estamos em 2008 – eu disse

– Isso é coisa pra gente jovem – o taxista tentou concertar quando percebeu que somos gay

Depois de muito lero-lero disse que transou com uma garota que namora um gay:

– o namorado dela é gay, corta dos dois lados

Ai confessou ser infiel, pois a esposa que ele vive junto há mais de 50 anos, só quer fazer sexo uma vez ao mês, e ele quer fazer todo dia, mas critica outro velho que é casado com outra velha, veio do nordeste com a mulher e é gay:

– Ele disse pra ela, quando veio pra São Paulo que ia ser somente homem aqui, mas está cheio de garotões atrás dele o dia todo, e ai mulher teve que confessar que o marido é gay mesmo

Ao passar varias travestis fazendo ponto em Santana, foi agente que soltou algo preconceituoso, na base do humor, outro momento vou tentar escrever sobre o preconceito no humor

– cara da mãe, pinto do pai – disse meu amigo ao ver as travestis na rua

Depois de vários risos ele soltou:

– Eu estava conversando com uma travesti, e ela disse que são elas que usam os caras do carrões não é eles que usam as travestis

… Ainda foi completado:

-Se fosse pra comer pegariam putas, pegam travesti porque querem sentir tetas batendo nas costas!

Mais a frente, ele disse:

– Voce já viu ex-gay? Não existe, porque a coisa deve ser boa mesmo, por isso eu nem experimento com medo de gostar, desde muito jovem nunca me interessei por droga nem essas coisas.

Todo o preconceito era só na inocência e não tinha maldade, talvez o assunto era tão interessante pro taxista porque ele tinha vontades e estava no armário.

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