No último mês, o teatro gaúcho tem se destacado em um festival nacional, um ano após as devastadoras enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. O evento, a 31ª edição do Porto Alegre em Cena, está em cartaz no Rio de Janeiro e celebra a resiliência da arte local, trazendo à tona produções que envolvem tanto a tragédia climática quanto a força da comunidade artística. Entre os espetáculos que estão em destaque, ‘Caio do Céu’, que faz uma homenagem ao renomado escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, se apresenta de 26 de março a 20 de abril de 2025. A peça é uma amalgama de crônicas, poemas e textos teatrais, com música ao vivo e projeções, apresentando Deborah Finocchiaro e Kiti Santos no elenco. Em uma entrevista, Deborah ressaltou a conexão da obra com as tragédias vividas pela comunidade durante as enchentes, enfatizando a falta de políticas públicas que acarretaram ainda mais perdas para o povo gaúcho.
Outro espetáculo que se destaca é ‘Onde Está Cassandra?’, com apresentações programadas de 17 de abril a 12 de maio, que celebra os 25 anos de carreira da drag queen Cassandra Calabouço. Cassandra compartilhou suas experiências traumáticas durante as enchentes, quando perdeu não apenas sua casa, mas também eventos profissionais que foram cancelados. Ela vê a retomada de sua peça como uma oportunidade de recuperação e um retorno à cena artística, que é rica e diversa no Rio Grande do Sul.
Ambas as produções não apenas reavivam a cena cultural local, mas também geram oportunidades de trabalho para uma infinidade de profissionais do setor, incluindo iluminadores, produtores e técnicos. A união da classe artística é um símbolo de resistência e resiliência, destacando a importância das iniciativas teatrais para a economia cultural do Brasil. O festival Porto Alegre em Cena mobiliza cerca de 65 artistas gaúchos e promete expandir suas apresentações para São Paulo em breve.
Infelizmente, as enchentes de 2024 deixaram marcas profundas, afetando cerca de 19 instituições e 50 museus no estado. O Museu do Hip-Hop e o Teatro Terreira da Tribo, entre outros, sofreram danos irreparáveis. No entanto, apesar das perdas, a classe artística se reergue, contando com o apoio do governo e da comunidade, mostrando que a arte é uma poderosa ferramenta de transformação e recuperação. A retomada do teatro no Rio Grande do Sul é um testemunho da força da cultura e da diversidade, que continuam a prosperar mesmo diante das adversidades.
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