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“Tem muito Félix por aí, principalmente em SP”, diz Wolf Maia sobre personagem gay de novela

Wolf Maia, diretor de “Amor à Vida”, novela global das 21h escrita por Walcyr Carrasco,  resolveu falar sobre a trama em entrevista ao jornalista Léo Dias. O primeiro assunto, claro, foi Felix (Mateus Solano), o vilão enrustido que vem roubando a cena no horário nobre. 
 
O diretor afirmou que considera válida a comparação de Felix com Carminha (Adriana Esteves), vilã de “Avenida Brasil”.
 
“Eu acho adorável [a comparação], porque a Carminha é um espetáculo! Apesar de eles serem bem diferentes, os dois podem chegar a qualquer situação, porque eles não têm limites. Esses personagens são um prêmio na vida de um ator e a Drica fez isso lindamente, assim como o Mateus está fazendo”, declarou.
 

 
Sobre um Felix na vida real, Wolf afirmou que o “tipo” do personagem pode ser encontrado facilmente fora da ficção. 
 
“Tem muito Félix por aí, sim, principalmente em São Paulo. E a gente toca muito nesses personagens para justamente ampliá-los, libertá-los e trazê-los para o conhecimento popular. Só assim a gente consegue contar a história nossa época. A lavadeira em Rondônia vai entender do jeito dela, o cara da classe alta em São Paulo também, porque o personagem é contemporâneo. Cuido do Félix para que ele também tenha o tempo do humor, como o Lulu [personagem de Barriga de Aluguel] e o Crô [personagem de Fina Estampa] tinham”, afirmou.

Felix na vida real: "principalmente em São Paulo"
 
Sobre o beijo gay, o diretor levantou polêmica ao comparar a cena com uma de violência. Segundo ele, crianças podem assistir o beijo gay e se constranger com os pais.
 
“Já foi o tempo em que a gente precisava expor fisicamente para provocar, sacudir e fazer falar. Hoje em dia, o resultado do que esses personagens provocam é muito maior que essa polêmica. Não sou careta, mas fica complicado exercer um controle dentro de casa entre a televisão e a criança. Criei filhos e sei como é o processo, mesmo eles sendo filhos de artistas que conviveram num meio de mais liberdade. A criança assiste a uma novela das nove, das dez e vê coisas que ficam longe do entendimento dela, ela pode constranger os pais e talvez seja cedo para falar sobre aquele assunto”, declarou.
 
“Não que não se deva falar, mas cada um tem sua família e sabe o momento correto para isso ser conduzido. É delicado eu expor o beijo gay ou uma violência física agressiva, um assassinato agressivo. Tenho muito cuidado com esse enorme público que assiste à televisão que fazemos no Brasil. Vale muito mais a pena pensar no todo do que particularmente na sua vontade ou no seu ponto de vista ao fazer um ato violento ou um ato erótico”, completou.
 
Ao final, o diretor disse que o público pode esperar muita emoção de “Amor à Vida”. “Vai ser uma novela inesquecível. É meu primeiro grande encontro com Walcyr. A história é muito boa e Walcyr merece todo o aplauso do mundo. A gente nunca se desentende em relação a nada. E o espectador ganha, porque o elenco é espetacular, tem todo mundo que a gente escolheu”, concluiu.
 

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