Apesar do amplo debate na mídia com relação a homossexualidade, a inserção de personagens gays em novelas e seriados, e filmes com temática homossexual, ainda se encontra muita dificuldade em conseguir patrocínio em projetos que falam diretamente ao tema.
Foi o caso da peça "Tem Alguém que Nos Odeia", texto finalista do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva em 2011, que não conseguiu incentivo financeiro de grandes empresas e precisou partir para o financiamento coletivo.
"Procuramos grupos empresariais que considerávamos modernos, organizações que acreditassem na diversidade. Fomos pessoalmente explicar o projeto, mas todos enxergavam o tema como delicado", contou a atriz e produtora Bruna Anauate, em entrevista à Folha de São Paulo, que encena a peça ao lado de Ana Paula Grande.
"O foco da peça é a relação entre pessoas, a partir do casal. Existe a questão da criminalização da homofobia e da intolerância como pano de fundo, mas nem é o principal. Nem por isso as pessoas deixam de ver o tópico como tabu", afirmou Ana Paula.
O tema "delicado" e considerado "tabu" por grandes marcas empresariais fez com que Bruna escrevesse o projeto em um site de colaboração coletiva. Felizmente, o valor estipulado era de R$ 25 mil e o arrecado chegou a R$ 29,8 mil.
Com o financiamento coletivo, a peça estreou semana passada e segue em cartaz na sala experimental do Teatro Augusta, em São Paulo, com direção de José Roberto Jardim.
Pra quem ficou interessado, "Tem Alguém que Nos Odeia" tem sessões quarta e quinta às 21h.
Serviço:
Tem Alguém que Nos Odeia
Qua. e qui., às 21h
Teatro Augusta – Sala Experimental
Rua Augusta, 943
R$ 30 / R$ 15 (meia entrada)
