Hoje, no terceiro dia da V Conferência Ilga – Lac, que está acontecendo durante essa semana em Curitiba, foi realizado às 14h um painel de boas vindas aos participantes do encontro. Membros da organização de variadas regiões latinas e caribenhas discursaram sobre a importância de uma organização interregional como a Ilga e de como isso possibilita a troca de experiências e de ajuda às populações LGBT que vivem em regiões hostis à homossexualidade.
Gloria Careaga, Secretária Geral da Ilga – Lac e ativista lésbica no México disse que a atual gestão da Ilga avançou. "Muitas coisas mudaram, os nossos passos estão cada vez mais certos na direção de garantir os nossos direitos, porém não podemos esquecer que temos cinco países da América Latina que consideram a homossexualidade crime".
Outra conquista citada por Gloria foi a diminuição do número de mortes de homossexuais no "Panamá e em El Salvador". Também citou o fato de que hoje a "maioria dos governos latinos que fazer acordos conosco". "Isso é uma vitória", opinou.
Amaranta Gomez, que também é ativista do México, só que pelas transexuais, falou de sua gestão frente a Ilga – Lac. "Esse é um espaço que fez muita falta e agora que estamos na Ilga tivemos mais visibilidade e aprendemos muito". Em seguida assumiu que o movimento trans do México está mal articulado.
Por fim, Beto de Jesus, representante do Brasil na Ilga explicou um pouco do que é a organização e comentou que no começo organizações de Direitos Humanos internacionais não queriam se vincular a uma entidade gay. "Só quando o assunto era Aids".
Avisou aos participantes que a Conferência Mundial da Ilga será no Rio de Janeiro e irá eleger a nova diretoria. Para Beto de Jesus essa conferência "será um bafo", brincou.
Beto declarou que o foco da Ilga são os LGBTI. "A letra ‘I’ diz respeito aos intersex, luta que precisa ser abrigada pelo Brasil". E, os países focos estão concentrados na África, Ásia, América Latina e Caribe. Segundo o ativista "é necessário fazer esse recorte". Aos estrangeiros, ele explicou um pouco a situação do Brasil no que diz respeito a direitos conquistados pela comunidade gay.
"Temos um projeto de parceria civil que vai completar 15 anos. Ele está pronto, é só votar, mas os fundamentalistas religiosos não deixam votar nada que nos diga respeito", denunciou. Beto afirmou que é preciso ir além na luta. "Temos que transgredir, sair do gueto, não podemos olhar apenas para os nossos umbigos, temos que buscar parceria com outros movimentos para avançarmos", concluiu.