Declarações polêmicas do professor Ademir Ferraz, de 62 anos, da Universidade Federal Rural de Pernambuco motivaram o pedido de afastamento do docente, que ministra aulas de engenharia de pesca.
Em sua página no Facebook, o professor declarou que tem ódio de "homo galinha" e que repudia comportamentos histéricos. "(…). Eu já estou começando a odiar estes fresquinhos tipo galinha choca. Não dá mais pra suportar tanta frescura. Você é homo, tudo bem, mas precisa ficar jogando pena pra tudo que é lado?", escreveu Ademir.
Em seguida, o professor postou que "daqui a pouco o pessoal do armário, que vive defendendo esse tipo de 'coca-fanta', vai querer que nós, héteros, não saímos de casa (sic)". Questionado sobre o que motivou tais publicações, Ademir afirmou que presenciou uma briga no trânsito em que um motorista se fez de vítima só por ser homossexual.
"Houve uma discussão. O cara, então, se jogou no chão e disse que estava sendo vítima de homofobia. Por que foi que ele se jogou no chão? Porque ele sabe que o homossexual é altamente protegido. Quis se aproveitar da situação. O homossexual deveria se comportar como todo ser humano, conforme as regras da sociedade”, declarou.
Para o professor, "se, por exemplo, um machão se envolve em uma confusão, chamam logo a polícia. Se for um homossexual, chamam um psicólogo". "Por que não chamam a polícia também?”, questionou.
Apesar das declarações, o professor afirmou que não é homofóbico e defende o direito de odiar quem ele quiser. "No meu entender, homofobia não é crime. Crime é o que você faz com a homofobia. Porque se você tem o direito de amar, você também tem o direito de odiar", afirmou Ademir.
Frente a postura do professor, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) se mostrou indignado e efetivou denuncias contra o professor na ouvidoria da Universidade. "O mais estranho é que o professor da nossa universidade deveria colocar o conhecimento a serviço de uma educação livre de opressões, de caráter emancipador e não reproduzir discursos de ódio", declarou o DCE em comunicado.
Após a polêmica, Ademir Ferraz chegou a pedir desculpas a "todas as tendências sexuais" e afirmou que está sendo vítima algo de uma briga política envolvendo a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe).
Em comunicado, a Universidade Federal Rural de Pernambuco declarou que recebeu 35 queixas contra o posicionamento do professor e que o caso será encaminhado à reitoria. No entanto, ainda não há prazo para conclusão do processo.
Abaixo, assista a entrevista do professor Ademir Ferraz ao Diário de Pernambuco.