É só teclar com alguém num bate papo ou em sites de relacionamentos e você vai ver. A internet deve ser habitada por um monte de gente interessada em matemática. Só pode. Foi a única explicação plausível que eu encontrei e também a única teoria que consegui desenvolver após dias de reflexão.
Vamos lá. Você está conversando com um cara que acabou de conhecer pela net. E ele pede para você se descrever. Se você tiver dificuldades para se descrever vai dar uma desculpa esfarrapada, falar que seu irmão quer usar o computador, que a conexão caiu e/ou até ficar offline isso se não te der a louca e você bloquear o dito cujo. Depois disso você vai passar o resto da sua vida tentando se descrever. Nunca vai conseguir e vai sempre falar asneiras todas as vezes que alguém te pedir “para falar um pouco sobre você”. É importante alertar que a asneira sempre vai ser diretamente proporcional a importancia da situação e sempre quando você menos espera. Numa seleção de empregos, ou até mesmo num bate-papo.
Mas, se você for uma pessoa normal vai falar, ou melhor, digitar algo como “1,75m, 77kg, cabelos e olhos castanhos, pele clara, corpo normal e 17 cm”. Se a pessoa com quem você estiver falando também for um ser humano típico o papo prossegue e muito provavelmente, na melhor das hipóteses, você terá um encontro, que pode ou não resultar em sexo.
Tá, okei. Como faço parte do primeiro tipo de pessoa citado, eu fico horas tentando entender o segundo tipo, que, para minha infelicidade, é maioria e ainda por cima habita a internet. Sério, não compreendo como na frente do computador pode fazer tanta diferença saber quanto alguém pesa ou tem de altura. Faço isso porque em primeiro lugar eu não sei nenhuma dessas minhas medidas e tampouco estou interessado em sabe-las. Em segundo lugar o que pega é que eu não tenho tesão por números e sim por homens. Simples assim. Além disso não tenho muita noção de distância vertical. Não faço a mínima idéia em que parte do meu corpo vai chegar a cabeça de um cara de 1,62, que suponho seja mais baixo que eu.
Por isso eu prefiro o ao vivo e a cores. Conhecer alguém na rua, na buatchi, no ônibus ou no supermercado. Aí o tesão pode bater, pouco importando se a pessoa é muito ou pouco mais alta que eu, se ela tem ou não uma barriguinha, muitos ou poucos pelos. Minha imaginação não é tão fértil! Não dá para gozar com números. A menos que… deixa pra lá…