Aos 34 anos, há dois vivendo sua real identidade de gênero, Thammy Miranda falou sobre sua vida pessoal em entrevista à revista Caras, inclusive, sobre sua adaptação à mudança do feminino para o masculino. “Fiquei mais confiante, mas, ao mesmo tempo, mais egoísta. Tenho que tomar cuidado sempre com isso. A gente começa a se reconhecer, a se gostar, e acaba pensando só na gente mesmo, esquecendo um pouco da parceira. Então, até minha cabeça adaptar, foi complicado. Os hormônios mexem muito com a sensibilidade, me deixou nervoso. Mas não consigo programar o que quero ser ou fazer como namorado. É no instinto. Acho que tenho uma facilidade para entender melhor a mulher porque sou um homem evoluído (risos)”, disse ele. “Na verdade, o público passou por esse processo junto comigo. Eu nem sabia que existia transexual, nem mesmo o termo. Foi passando o tempo e ainda tinha alguma coisa que não estava certa. Não estava satisfeito comigo mesmo. Foi quando eu fui saber o que era transexual. Na hora falei: ‘Cara, você é isso aí’. Fui me reconhecendo como homem e buscando adaptar o meu corpo da forma com a qual eu me sentia. Comecei a tomar os hormônios há dois anos e meio e, depois da cirurgia, é como se eu tivesse colocado tudo de dentro para fora. Não me sentia completo. Parecia que tinha algo fora do lugar”, revelou sobre o processo de se descobrir trans. “Decidi trocar os documentos muito tarde e por isso não quero trocar o nome. Acho que nem ia atender por outro nome. Ainda tem gente que não se acostumou a me tratar pelo gênero masculino. Visualmente acho que não tem motivo, mas tem gente que tem a imagem de antigamente. Respeito o tempo de cada um, mas me incomoda quando vejo que fazem de propósito. Meus parentes ainda oscilam. Até a Andressa ainda se policia. A gente teve uma conversa e eu disse: ‘Se você que dorme e acorda comigo não se esforça, imagina quem não me conhece?’. Depois disso ela começou a prestar mais atenção”, contou.