Mãe de Beyoncé expõe preconceitos e bastidores da ascensão do grupo feminino
A trajetória de Destiny’s Child, um dos grupos femininos mais icônicos da música, não foi apenas de glórias e aplausos. Em sua nova autobiografia Matriarch, Tina Knowles, mãe de Beyoncé e estilista do grupo, abre o jogo sobre os desafios e preconceitos enfrentados pela banda nos bastidores da indústria musical, especialmente em comparação com outras estrelas pop da época, como Britney Spears e Jessica Simpson.
Um olhar atento sobre os bastidores
Em 2000, durante uma apresentação em Orlando, Flórida, Tina percebeu diferenças gritantes no tratamento dispensado a Destiny’s Child e a outras artistas como Jessica Simpson. Enquanto a amiga de longa data da família recebia um camarim espaçoso e atendimento cordial, o quarteto composto por Beyoncé, Kelly Rowland, Michelle Williams e Farrah Franklin enfrentava uma rigidez e uma postura quase condescendente por parte dos organizadores do evento.
Um episódio marcante foi quando Matthew Knowles, então marido de Tina e gerente do grupo, vestiu uma fantasia do personagem Pateta para divertir as meninas nos bastidores. Ao invés de risos, ele foi repreendido, evidenciando uma atmosfera tensa que rondava a equipe.
Preconceito velado e resistência ao talento negro
Tina relata que executivos da Sony Music, gravadora da banda na época, chegaram a questionar o estilo e a imagem de Destiny’s Child, considerando-os ‘demasiadamente texanos’ e ‘motown demais’, sugerindo que suas roupas feitas à mão estavam limitando o sucesso do grupo. O que estava por trás desses comentários era um preconceito velado: “Eles eram muito negros, e qualquer tipo de negritude era demais. Mas as meninas são negras”, desabafa Tina.
Matthew Knowles defendeu a mãe estilista e o talento das meninas, afirmando que Destiny’s Child estava mantendo o sucesso da gravadora. E um encontro inesperado na Alemanha com Britney Spears reforçou a importância do trabalho de Tina, quando Spears elogiou os figurinos do grupo e pediu que Tina um dia fizesse algo para ela.
Resistência, talento e representatividade
O relato de Tina Knowles é mais do que uma memória pessoal; é um testemunho da resistência e da força de mulheres negras na indústria do entretenimento, que mesmo diante de obstáculos estruturais, conquistaram seu espaço e elevaram a cultura pop. Sua narrativa inspira e reforça a importância de reconhecer as múltiplas camadas de desafios enfrentados pelas artistas negras, além de celebrar suas conquistas.
Matriarch já está disponível e traz uma reflexão necessária sobre representatividade, poder e a luta por reconhecimento genuíno na indústria musical.
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