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“Tocaria até de graça no dia do meu casamento”, diz DJ Gra Ferreira

Ela é indiscutivelmente linda e talentosa. Começou a carreira na noite como hostess da The Week e hoje é residente da maior boate gay da América Latina. E ainda dá expediente na Foch.

A DJ Graciane Ferreira, de 31 anos, mais conhecida como Gra, vai se casar no próximo sábado à noite (26) na Igreja da Consolação com Cássio Marcus, de 26, com quem mantém uma relação há um ano e meio.

Depois da cerimônia, ela toca, vestida de noiva, no novo projeto do clube de André Almada, a "Nuit Blanche", inspirado no evento homônimo de Paris. A festa promete, já que a data coincidiu com a (re)abertura do Megga Club, na Barra Funda.

Às vésperas de seu casório, Gra falou com o site A Capa. Na conversa, realizada na tarde de ontem (23/09), a DJ, que já foi capa de uma edição da nossa revista, falou sobre o casamento, sobre tocar na pista principal e, claro, sobre a abertura da casa concorrente.   

Há quanto tempo namora e está noiva?
Um ano e meio (risos). Foi um casamento desde o primeiro dia que a gente se conheceu. Já estamos morando juntos, já estamos casados, está tudo no esquema. Estamos juntos desde o primeiro dia. Ele veio pra São Paulo (ele era do Rio).

E quando vocês resolveram oficializar a união na igreja?
Isso foi no Natal. A gente ficou noivo e resolveu começar a procurar a igreja. E aí a igreja marquei há uns 8 meses. E ainda dizem que a minha data coincidiu com a Megga só pra bater de frente. Se esquecem que igreja se marca com seis meses de antecedência no mínino…

Ainda mais a Igreja da Consolação, que é super concorrida…
Exatamente (risos). Mas deixa elas falarem, não tem problema não.

Seu namorado tem ciúmes de você tocar nas baladas gays?
Não. Pelo contrário. Ele vai junto comigo sempre que pode.

E vocês são muito assediados nas baladas? Recebem cantadas?
Recebo (risos). Recebo bastante, mas levo tudo na boa. Eu falo: "Ai gato, desculpa. Sou casada. Não rola" (risos).

E ele? Também recebe cantadas? Você tem ciúmes?
Também. Muitas. Não posso nem ter (ciúmes) porque eu vou fazer o quê? A postura dele é super correta. Não tem nem do que ter ciúmes. Graças a Deus.

Você vai fazer Dia de Noiva?
Então, está todo mundo falando de fazer Dia de Noiva… Na verdade, vou lá pra casa dos meus chefes da Foch, do André [Foch] e do Alê [Alexandre Escudeiro], passar a tarde lá. O maquiador Henrique Martins vai até lá, o Marcelu Ferraz, que vai me vestir e fez o terno do Cássio e da minha daminha de honra, que é a minha sobrinha. Não é um Dia da Noiva. É uma reunião que a gente vai fazer com os amigos. E aí vou me preparar, me maquiar e me vestir lá. 

Depois da festa na The Week, onde vai ser a lua de mel?
Não vou ter lua de mel agora. Não vou viajar porque minha agenda de trabalho está muito lotada e eu não tive como cancelar nada (risos).

Então não vai viajar por enquanto…
Na verdade é assim. O casamento no civil já fiz em maio, no dia 30, que foi o dia do meu aniversário. E foi só para a família. Estavam pai, mãe, tio. Logo depois a gente passou uma semana em Buenos Aires, porque eu já sabia que ia ficar apertado pra poder viajar agora, até também por questão de gasto, né gato. Porque gasta pra caramba. Não estou fazendo festa assim, recepção, porque eu quero convidar todo mundo. É muita gente e a grana não dá. Pra viajar fica apertado. Então a gente resolveu pegar uma semana logo depois do casamento no civil. Quem sabe mais pra frente não pegamos uma semana e vamos viajar? Mas não tem destino certo ainda não.

Tem algum destino que você gostaria de conhecer?
Eu queria ir pra Paris, gato. Se a grana sobrar, se entrar muito trabalho…

Seus convidados irão para a The Week depois do casamento?
Claro. Vão todos. Meu pai, minha mãe. Todo mundo vai. O tio do Cássio, porque ele não tem os pais, são falecidos, ele foi criado pelo tio. Então vai todo mundo.

E eles lidam bem, não têm preconceito, essas coisas?
Imagina. Meu pai e minha mãe já vão às festas comigo quando podem. Quando eu vou tocar no interior meu pai me leva, fica junto comigo. Minha mãe já foi uma porrada de vezes na The Week também. Não tem essa não, graças a Deus. Nem pode, com a filha travesti que eles têm (risos).

Você vai tocar na pista principal né?
Isso.

Vai aumentar o cachê?
Como assim aumentar o cachê?

Você vai ganhar mais?
Não, eu já ganho bem na The Week. A The Week já me paga bem, gato. E assim, na verdade eu escolhi não tirar folga e falei que no dia do meu casamento eu quero tocar. Me perguntaram: "Você vai querer folgar?" Aliás, eles achavam que eu iria querer folgar. Eu falei: "Não. No dia do meu casamento não quero folgar. Quero estar junto com todo mundo, já que eu também não vou fazer festa, então já agrego as coisas, vamos pra boate, termino de comemorar". Em relação ao cachê a The Week me paga bem. Não precisa ter aumento no dia do casamento. Sem contar que já vão fazer uma baita decoração, de uma noite toda especial que o André preparou, também por causa do casamento. Então imagina, o que é isso. Bem aquelas, tocaria até de graça no dia do meu casamento. (risos) Aquelas, até parece, né? Mas…

Mas você acha que será uma constante você na pista principal?
Na verdade a The Week já vem fazendo esse trabalho com os DJs da pista 2, nesse rodízio de pista 1. Quando um da pista principal vai pra fora é sempre um da pista 2 que vai (ocupar seu lugar). Ano passado toquei inúmeras vezes na pista 1. É um rodízio quando é necessário, ou quando é uma ocasião especial em que um dos DJs da pista 1 não está. Então a gente acaba tendo essa oportunidade bacana de tocar lá também. As pessoas chegam até a The Week e já sabem que cada pista tem um tipo de som. Mas é bacana poder ir pra pista 1 e mostrar outro lado de pesquisa que você tem. Não que a pista 2 seja "comercial", mas a gente sabe que as pessoas estão ali porque gostam de música com um pouco mais de vocal, mais alegre, mais divertida… A pista 1 é uma coisa mais conceito. E é óbvio que a gente tem a pesquisa de tudo. Então, pra mim, por exemplo, é interessante quando vou tocar na pista 1 porque posso mostrar meu outro lado de pesquisa também. Não deixo de ser a Gra da pista 2, mas consigo incrementar alguma coisa pra pista 1.

Você é residente de quais festas?
Eu estou na Lôca, uma vez por mês no projeto Locuras do André Pomba. Tenho uma residência na Diesel de Goiânia. Sou residente da (pool party) Garden desde quando começou. Tem uma festa em Santos que toco a cada dois meses. Fora isso tem as festas em que sou convidada. Consigo manter uma frequência. Vou tocar em BH, aí estou voltando sempre. Em Brasília. Em Salvador, comecei a tocar na OFF, onde retorno  mês que vem. Graças a Deus está dando certo de eu ir aos locais e voltar sempre. No interior também. Vivo pingando pra lá e pra cá.

O que você acha da volta da Megga?
Sempre falo a mesma coisa a respeito de todas as casas. Acho que tem espaço pra todo mundo. Tem que ter trabalho pra todo mundo, porque você sabe que com a abertura de uma casa é muito mais gente que está trabalhando, divulgando o trabalho, seja na porta, no bar. Desde que tudo venha para crescer e somar é muito benvindo.

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