Está em cartaz no Teatro Bar, em Buenos Aires, a peça “Tortita de Manteca”, melodrama homossexual que vem chamando a atenção da crítica e do público argentinos por trazer uma visão pessoal e sem estereótipos do universo lésbico.
“O teatro é um lugar privilegiado, meu espaço de resistência, uma forma de decifrar meus enigmas pessoas”, diz o diretor Martín Marcou, que acrescenta que “finalmente pude retratar aquela história de amor que me marcou, consegui montar um híbrido, realizando um recorte parcial, arbitrário e subjetivo que terminou se transformando em algo que poderia ser tanto um melodrama quanto uma propaganda amorosa.”
Com 50 minutos de duração, “Tortita” (“tortita” ou também “tortillera” é uma gíria utilizada para designar lésbicas) narra o possível reencontro amoroso de duas mulheres, interpretadas pelas atrizes Valeria Actis e Checha Amorosi. A peça fala da dificuldade de suportar o abandono e as implicações de “escolher o outro com toda sua imperfeição, entregar-se sem pudor e ao mesmo tempo estar ciente das conseqüências que os vínculos acarretam.”
Em cena, o expectador conhece a história da loira (Checha Amorosi), cuja namorada foi assassinada há 10 dias, e da morena (Valeria Actis), ex que a abandonou com apenas um cachorro há 3 anos. A primeira quer buscar consolo nesta última e propõe a ela um encontro em um bar. Estruturalmente, “Tortita” apresenta quatro cenas iniciais. As personagens dialogam com o público, para quem revelam suas angústias e temores.
“Tortita de Manteca”, que fica em cartaz até o final de outubro, participou do importante Festival Internacional de Teatro e Dança, Fintdaz 2008, que aconteceu neste final de semana em Santiago do Chile.
Para saber mais sobre a peça, acesse http://tortasdemanteca.blogspot.com/.