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Trabalho investiga falsa aceitação dos gays na sociedade

Foi apresentado no ciclo de Comunicações Orais Coordenadas, no último sábado (05/09) no 7º Enuds – Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual – um trabalho que destrincha e investiga os efeitos da violência simbólica que estão por trás de certos discursos de tolerância a homossexuais.

Apresentado por Renata Esteves Furbino, formada em direito pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que inclusive sedia o evento, o trabalho se baseia na obra do filósofo esloveno e Slavoj Zizek, segundo a qual vivemos um falso momento de tolerância em relação aos homossexuais.

Em linhas gerais a ideia apresentada é a seguinte: "o discurso da tolerância é uma intolerância violenta, cuja aceitação ao "Outro", ocorre desde que respeitado certos padrões de comportamento, socialmente aceitos". Em outras palavras: o gay só é aceito se for normatizado. (Bonito, rico, não afeminado, que não dá pinta…)

Para tal, Renata analisou dois casos específicos em que o tal discurso da tolerância aparece. Um deles foi a sentença proferida pelo juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho sobre o caso Richarlyson. Entre as pérolas de que futebol era um esperte "viril, varonil, não homossexual", o magistrado afirmava que não tinha "nada contra" gays jogando futebol, "desde que se juntassem em uma agremiação específica".

Outro caso analisado foi o da fala de uma policial que em 2005 levou um casal lésbico que trocava beijos na Usp-Leste em São Paulo, acusando-as de atentado ao pudor.

Ao destrinchar o preconceito que há em falas como nas do juiz, Renata enquadra isso como ação violenta. "Às vezes nos esquecemos que podemos ser violentos sem atitudes agressivas". Nesse sentido, para ela, aquele máximo chavão "não tenho nada contra gays, mas não gostaria que meu filho fosse", é extremamente violento, embora a primeira vista, isso pareça natural.

Na conclusão da graduada, essa falsa "aceitação", na verdade revela uma manifestação da violência simbólica sofrida pelos homossexuais.

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