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Trans de 18 anos denuncia constrangimento em alistamento militar em Osasco

Marianna Lively, uma adolescente trans de 18 anos, denunciou ter passado por constrangimento na quarta-feira (23), depois de fazer o alistamento na Junta de Serviço Militar em Quitaúna, em Osasco, na Grande São Paulo. Ela teve duas fotos e dados pessoais divulgados.

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Nas redes sociais, Marianna desabafou sobre a exposição, que teria sido feita por um soldado, e revelou ter recebido vários telefonemas. Ela registrou um boletim de ocorrência na sexta-feira (25).

"Cheguei para me alistar às 7h e saí às 7h30. Foi tudo rápido e fui embora sem ter sofrido preconceito algum. Mas quando chegou perto das 14h comecei a receber ligações de pessoas me procurando pelo meu nome de registro", declarou. Depois, ela soube que suas fotos estavam circulando pelas redes sociais.

Ela afirma que a família a apoia e que foi com a mãe ao quartel para comunicar o comandante sobre o ocorrido. "Falamos com o capitão França. Ele pediu desculpas pela infantilidade dos soldados, mas me pediu para deixar a poeira abaixar e pediu para eu trocar o número do celular para cessar as ligações. Como se isso resolvesse o problema de terem divulgado meu endereço e meus documentos todos", declarou.

Atualmente, Mariana está ficando na casa de parentes e que está com medo de sofrer preconceito nas ruas. O caso está sendo acompanhado pela advogada Patricia Gorisch, presidente da Comissão Nacional de Direito Homoafetivo do Instituto Brasileiro de Direito de Família.

"Vamos fazer uma denúncia junto à Secretaria Nacional de Direitos Humanos, pois é importante que o governo se posicione sobre o caso. Houve crime militar, cível, desrespeito ao ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]. Há ainda o agravante da Lei 10.948/01, que pune administrativamente a transfobia, com penas bem fortes em termos financeiros. Quem compartilhar e distribuir ódio pela internet também será punido", disse a advogada.

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Em nota, o Exército afirmou que "não discrimina qualquer pessoa, em razão da raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro". "O respeito ao indivíduo e à dignidade da pessoa humana, em todos os níveis, é condição imprescindível ao bom relacionamento de seus integrantes com a sociedade." Ele ainda disse que "não compactua com este tipo de procedimento e empenha-se, rigorosamente, para que eventuais desvios de conduta, sejam corrigidos, dentro dos limites da lei".

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