Uma transexual denunciou ter sido vítima de violência transfóbica ao tentar utilizar um banheiro público feminino na Praça Antônio Raposo, no município de Araruama, no estado do Rio de Janeiro. Em um vídeo publicado em seu perfil nas redes sociais, Dany Coluty conta que ela e uma amiga utilizavam o banheiro quando foram abordadas por uma guarda. “Eu estava na praça e fui ao banheiro, que sempre usei. Desde criança. Quando eu estava lá, uma guarda municipal veio falar comigo com um tom arrogante. Ela pediu para eu me retirar. Disse que o meu lugar era o banheiro masculino”, conta Dany. Ao se recusar sair do banheiro, ela diz que um outro agente passou a agir de maneira agressiva. “Aí ele foi me xingando, tentando me agredir. Disse que ali não era meu lugar, que se não saísse por bem iria sair na marra”. “Me senti tão humilhada e agredida que revidei. A praça estava cheia, com crianças, idosos e pessoas de todo tipo. Alguns tentaram me defender. Se não tivesse ninguém, o guarda ia socar a minha cara. Me levaram para a delegacia como se eu fosse uma criminosa. Colocaram como se eu tivesse desacatado os guardas. Nunca me senti tão constrangida e humilhada. Sou nascida e criada em Araruama, fui rainha de bateria de Araruama durante quatro anos e de repente acontece uma situação constrangedora como essa” relatou ela em entrevista ao jornal Extra. Em nota, a Secretaria de Segurança, Ordem Pública e Defesa Civil de Araruama informou que foi aberto um processo administrativo para apurar os fatos. De acordo com a secretaria, Dany foi autuada por desacatar os guardas civis e que “cabe esclarecer, que a Guarda Civil de Araruama preza pela igualdade de direitos, repudiando qualquer tipo de ato discriminatório”. É oportuno ressaltar que no Brasil pessoas transgêneros não têm o respaldo legal da Justiça para usarem banheiros de acordo com sua identidade de gênero. Há no Supremo Tribunal Federal um projeto de lei sobre o assunto que tramita desde outubro de 2014, no entanto, o PL ainda não foi aprovado.