Desde 2002, Lana Wachowski, codiretora de “Matrix”, vivia como Larry. Foi aí que ela resolveu aceitar a sua transexualidade e passar a viver como mulher. No entanto, essa decisão não foi tão fácil.
Durante um prêmio de Direitos Humanos, em São Francisco, Lana contou que sofreu desde criança por não entender o que se passava com o seu corpo. A transexual revelou ainda que, na adolescência, chegou a escrever uma carta de suicídio, de quatro páginas, destinada aos seus pais, pra que eles não se culpassem por ela ser trans.
"Na ausência de palavras para me defender, sem exemplos, sem modelos, comecei a acreditar em vozes da minha cabeça: que eu era uma aberração, que era errada, de que havia algo de errado comigo e que eu nunca seria amada”, disse Lana.
Um acontecimento que marcou a vida da transexual foi quando realmente decidiu se matar. Segundo conta, ela tentou se atirar em frente a um metrô, mas foi impedida por um senhor.
“Eu não sei por que ele não parou de me olhar. Tudo que eu sei é que, por causa disso, eu estou aqui”, afirmou Lana sobre o ocorrido.
Apesar da timidez e do desconforto de falar sobre sua vida pessoal em público, a transexual resolveu abrir as portas do armário para ajudar pessoas que, como ela, não tinham ninguém para se identificar.
“Estou aqui porque quando eu era jovem, eu queria muito ser escritora, eu queria ser cineasta, mas não encontrei alguém como eu no mundo e parecia que os meus sonhos foram impedidos simplesmente porque o meu género era mais incomum que os outros”, declarou.
Hoje, aos 47 anos, Lana se diz realizada e mantém um relacionamento com outra mulher.