A transexual Roberta Luiz Góes, 30 anos, sofreu nova derrota na Justiça, na sexta-feira (15), ao tentar afastar o promotor responsável pelo caso Cláudio Santos de Moraes, que negou seu processo de adoção de uma criança de 15 meses.
Roberta entrou na Justiça para afastar o promotor porque ele, encarregado de analisar o processo de adoção, obteve liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo para impedir que o transexual continuasse a cuidar do bebê. A criança vivia com Roberta há um ano e foi levada para um abrigo.
Em sua decisão, o promotor afirmou que os homossexuais são pessoas "anormais".
O advogado de Roberta, Rogério Vinicius dos Santos, disse que vai recorrer da decisão. Ele afirma que o promotor não tem condições de continuar no processo de adoção, "porque não admite sequer a existência do transexual Roberto como pessoa." Para o advogado, essa postura vai contra o princípio de que o promotor que trata do processo de adoção deva ser neutro.
O juiz Osni Assis Pereira recusou o recurso por entender que não se aplica ao caso em julgamento.
O promotor, por sua vez, declarou que está apenas fazendo seu trabalho. "Não é preconceito. Isso aqui não é brincadeira. Não posso submeter uma criança a testes. Tenho de encontrar uma família para cuidar dela", afirmou.