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Transformista que fez show na Assembléia de SP diz que ‘não queria chocar assim’

Em entrevista ao O Globo Online ontem, 26/11, a transformista Nick Peron, nascida Henrique Pereira da Rocha, 20 anos, afirmou que não tinha a intenção de chocar quando fez sua apresentação na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Na semana passada, irritados com as cenas gravadas pela TV Assembléia, parlamentares ligados a igrejas evangélicas passaram a acusar o deputado Carlos Giannazi (PSOL), coordenador da Frente Parlamentar GLBTT, de quebra de decoro parlamentar por não ter impedido o espetáculo.

“A apresentação foi do meu interesse. Eu queria mostrar, realmente, a cultura drag. Só não pensei que fosse chocar assim”, disse a transformista.

Gianazzi explicou ao A Capa que durante a sessão aberta ao público, "onde estava presente pessoas do movimento GLBT, membros de uma igreja evangélica homossexual, que inclusive fizeram um discurso muito interessante" a transformista pediu para se apresentar. Carlos aprovou: "Eu disse ‘claro’, isso aqui é de vocês. Até para não ficar apenas no debate que acontecia até então".

“Quando estou montada como drag, não existe timidez. Foi o que aconteceu na Assembléia. Não fiquei tímido. Fiz para protestar”, contou Nick, que além de shows em casas noturnas, trabalha como maquiador e cabeleireiro para sustentar a família.

“Minha mãe sabe que sou homossexual e me apóia totalmente. É a minha melhor amiga. Mas não apóia esse negócio de drag. Por isso, nunca me monto na frente dela”, disse ao O Globo Online.

Para o militante Julian Rodrigues, do Instituto Edson Neris e do Fórum Paulista GLBT, a história toda não passa de um factóide com vistas a aumentar o estigma do gay na sociedade. “Existe uma relação fundamentalista evangélica, em todo o Brasil, em todas as casas legislativas, com o objetivo de barrar as conquistas dos direitos dos GLBT”, afirmou Julian.

“O que esse senhor quer [o deputado Waldir Agnello, do PTB, que pediu a cassação de Gianazzi] é fortalecer sua agenda obscurantista. Ele propôs, por exemplo, a revogação da lei estadual 10.948, que pune condutas homofóbicas em São Paulo”, completa Julian.

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