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Travestis brasileiras, acusadas de violar lei local, estão com passaportes confiscados em Dubai

As travestis Karen Mke, de 38 anos, e Kamilla Satto, 33, tiveram os passaportes confiscados pela polícia de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. As brasileiras se envolveram em uma confusão com seguranças de uma boate, ainda no mês de dezembro de 2013.

De lá pra cá, as duas ficaram detidas por dois dias após o incidente e agora aguardam o julgamento do caso para saber se voltam ou não para o Brasil. De acordo com o relato das brasileiras, no dia do ocorrido, seguranças da boate pediram os seus documentoss e ao identicarem os nomes masculinos de ambas, as duas foram expulsas do local.

"Estávamos bem trajadas, de acordo com a cultura deles e mesmo assim fomos abordadas. Achamos aquela situação insustentável e preconceituosa. Meu amigo decidiu chamar a polícia e foi a pior coisa que fizemos. Ao chegarem e perceberem que éramos travestis, eles nos colocaram na viatura e sem dizer nada permanecemos presas por dois dias", contou.

De acordo com o Itamaraty houve uma violação da legislação e dos procedimentos morais e culturais do país, onde homens são proibidos de vestir-se como mulheres. O órgão informou ainda que as duas devem aguardar em Dubai a decisão da Corte Árabe marcada para o dia 23 de março.

As duas amigas questionam a falta de apoio financeiro para custear a defesa e contam que estão morando de favor na casa de uma família filipina. "A casa é minúscula, eles acordam muito cedo pra trabalhar e a gente acaba tirando a privacidade deles, mas eles são maravilhosos, não queríamos perturbar. Queremos ir para um quarto só pra mim e pra minha amiga", contaram.

O Itamaraty afirmou ainda que a embaixada ajudará as brasileiros com o apoio financeiro limitado se comprovado a necessidade, mas  não soube informar a pena máxima que elas podem receber. Uma das possibilidades é de que as duas brasileiras sejam deportadas após o julgamento.

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