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Travestis e transexuais discutem visibilidade em debate

Ontem (29/01), inúmeros estados e municípios comemoram o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Em São Paulo, a festividade aconteceu no Centro de Referência da Diversidade, no centro histórico de São Paulo. Marcado para começar às 19h, o evento atrasou cerca de 40 minutos, mas quem lá esteve não se arrependeu.

Às 19h40, Irina Bacci, Cassio Rodrigo, Alessandra Saraiva e Fernanda Morais abriram oficialmente a comemoração da visibilidade. Cássio disse estar muito feliz, pois revelou ter acompanhado a historia delas até a conquista do espaço onde fica o CRD. "É gratificante estar aqui, sempre fomos parceiros. E, pela primeira vez, estamos num espaço realmente das trans", disse Cássio, ex-coordenador da CADS. Em seguida, Fernanda Morais, do grupo Aphrodite, ressaltou a questão do espaço próprio. "É uma conquista da nossa luta". Ela também festejou a chegada de Irina como nova coordenadora do CRD.

Ainda na abertura, Alessandra Saraiva, coordenadora do Terças Trans, foi a última a falar e explicar o encontro. Ela levantou o mote da reunião – discutir a visibilidade do segmento. "Que visibilidade estamos buscando? Temos visibilidade? E que visibilidade é essa?". Sobre a questão de travestis e transexuais serem consideradas um desvio, Alessandra aproveitou para falar que "evoluímos tão rápido que a academia e a ciência não nos acompanharam".

Transmissão

Para discutir a respeito da visibilidade Trans compuseram a roda de conversa Alessandra e seu marido Marco Antonio, Claudia  Wonder, Geane e Fernanda Morais como mediadora do bate papo.

Precedendo o inicio da conversa, Alessandra apresentou o site Transmissão, que visa ser uma revista eletrônica especializada no assunto e feito por trans. A página da internet ainda está em construção, mas, segundo ela, "será lançada em breve". Após apresentação do website, Claudia iniciou o debate lendo um artigo de sua autoria a respeito da transexualidade na história e também contou um pouco sobre como era ser gay na ditadura. "Não podia nem dar pinta que já era motivo para apanhar".

Visibilidade no mundo da educação foi o tema da fala da trans Geane. Ela relatou aos presentes a sua história que teve início no interior de São Paulo. "Fui moleque durante toda a minha infância, mas sempre teve algo diferente dentro de mim". Conta que quando saia com o seu pai costumavam comentar, "que bonita a sua filha e meu pai dizia, ‘é filho’. Sempre fui delicada". Geane deixou claro que sempre contou com o apoio da família, mesmo quando resolveu assumir a sua identidade de gênero. Falou de sua experiência enquanto educadora do ensino fundamental. "Com os alunos eu nunca tive problemas, explico para os adolescentes. Na verdade, quem costuma criar problema são alguns diretores de colégio". Por fim, Geane fez questão de dizer que "é fácil ir à faculdade? Não, não é, tem preconceito sim. É difícil, mas não é impossível".

Em seguida foi a vez de Alessandra e seu marido, Marco, contarem um pouco da experiência do casamento. O companheiro de Alessandra relatou que a conheceu na véspera da cirurgia de adequação genital e que isso nunca foi problema. "A nossa convivência é normal, nunca tivemos problemas que tivesse origem na transexualidade dela (Alessandra)". Para ele, o que falta às pessoas é conversarem "sobre coisas comuns com elas, tipo, ‘que time você torce?, qual é o seu prato preferido?’". Por último, quem falou foi o antropólogo Jorge Cabelo, que fez doutorado a respeito das nomenclaturas do mundo LGBT. Quem fechou a comemoração foi Renata Peron, que cantou clássicos do samba e animou o os presentes que, depois, aproveitaram o coquetel oferecido pelo CRD.

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