A prefeitura de São Paulo promoverá uma ação inédita no Brasil e na América do Sul: incentivar a inclusão de travestis, mulheres e homens transexuais nos cursos técnicos do Pronatec e consequentemente a inserção do grupo no mercado formal de trabalho com a ajuda de uma bolsa auxílio.
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E, para receber o salário de R$788, a beneficiária deve comprovar presença nas aulas, exigência semelhante ao programa Bolsa Família.
Segundo o jornal O Globo, a iniciativa partiu do prefeito Fernando Haddad depois de conhecer a realidade do grupo. A mãe dele vive em uma zona de prostituição e o contato próximo com a vivência das trans gerou a urgência do projeto.
Segundo a ANTRA – Articulação Nacional de TTs – mais de 90% está inserida na prostituição e grande parte vive neste contexto por conta do estigma e da transfobia. Além disso, enfrentam dificuldade de aceitação familiar, convivência na vida escolar e na busca por um emprego formal.
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"O Brasil é o país que mais mata travestis no mundo. Essas pessoas nunca foram tratadas como cidadãs, sempre foram empurradas para as ruas pelas famílias, pela escola e pela sociedade. Queremos trata-las como gente, com a opção de se prostituir ou não", afirma Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos do município.
O programa, que custará 2 milhões aos cofres públicos, começa com poucas vagas (100 no total) e a ideia é que as pessoas trans saiam de lá depois de dois anos e formalmente empregadas. Como bem ilustra a foto de Fernando Donasci, do jornal O Globo, com várias portas fechadas, abriu-se uma janela…